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À pala de Walsh
Greta (2018) de Neil Jordan
Comprimidos Cinéfilos, Contra-campo 0

Comprimidos Cinéfilos: Abril

De À pala de Walsh · Em Maio 23, 2019

Nesta edição dos Comprimidos Cinéfilos olhamos para os filmes estreados em Abril e que não tinham ainda sido alvo de texto próprio – Luís Mendonça escreve sobre a desilusão de Greta (2018) de Neil Jordan e a estreia de Michael Chaves com The Curse of La Llorona (A Maldição da Mulher Que Chora, 2019), uma extensão do universo de terror de James Wan – mas também temos uma perspectiva diferente de Bernardo Vaz de Castro sobre Diamantino (2018), a estreia na longa-metragem de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt.

Greta (2018) de Neil Jordan
Greta (2018) de Neil Jordan

Às vezes, é mesmo “tão mau que é mau”. Portanto, se há de facto uma promissora premissa camp neste Greta (2018), de um cineasta muito pouco excitante chamado Neil Jordan, se as duas protagonistas foram escolhidas de modo criterioso e esforçam-se por manter à tona o nosso interesse pela delirantemente inverosímil e disparatada narrativa, se tudo isto é verdade, também o é que, além disso, restam poucos motivos de interesse. Mesmo a tentativa de relançar Isabelle Huppert como “nome de cartaz” num filme americano, transformando-a numa Bette “Babby Jane” Davis versão 2019, sai gorada.

Faltam mais momentos como aqueles dois em que a psicótica Greta (Huppert) assedia Frances (bela presença de Chloë Grace Moretz) no restaurante – são estes os picos patéticos (de terror e riso) do drama, mas a partir daqui o filme perde o rumo, caindo numa série de sequências previsíveis, encenadas sem pingo de graça e ousadia camp. Por isso, aplaudimos a reunião das actrizes e, inclusivamente, a boa ideia de transformar Huppert numa “mamã diabólica” – uma MILF com as unhas afiadas. Certo, mas acabamos a bocejar face ao resultado final, talvez expectável se pensarmos quem é o realizador. Irra, como o realizador de The Crying Game (Jogo de Lágrimas, 1992) e The Brave One (A Estranha em Mim, 2007) consegue ser bocejante…

Luís Mendonça

The Curse of La Llorona (A Maldição da Mulher Que Chora, 2019) de Michael Chaves

Não é um fenómeno novo no contexto da grande indústria de Hollywood: investir num nicho de mercado associado a uma minoria étnica ou cultural. Aconteceu com a célebre versão latina de Dracula (Drácula, 1931) de Tod Browning e com Bela Lugosi, no contexto dos famosos filmes de monstros da Universal. Aqui a “tradução” é a mesma, mas o contexto é outro, porque, desde logo, tem o nome de uma só pessoa: James Wan. É dele a mente onde têm nascido, entre bonecas, demónios e papões, os monstros dos nossos dias. “La Llorona”, lenda dark do folclore latino, é a nova deriva de Wan, desta feita, com o realizador Michael Chaves, o seu novo pupilo depois de tantos outros, tais como John R. Leonetti [seu antigo director de fotografia, mas passado a realizador no primeiro Annabelle (2014)] e David F. Sandberg (que realizou o segundo tomo da boneca amaldiçoada com notável sofisticação).

Esta “extensão” do universo Wan resulta na medida em que não frustra quem para ela parte na expectativa de assistir a uma tímida primeira aparição de um debutante “bom aluno” do hoje gigante realizador do cinema de terror. Temos a mesma câmara que “bate o território”, dando-nos a fundação do horror: uma casa e, nela, uma família acossada pela terrível maldição da “mãe homicida”. Temos a mesma orquestração relativamente cuidada de cenas de susto e choque, para agitar os corpos e fazer-nos dar um salto ou outro na cadeira. Tudo amenamente conseguido neste departamento relativo a um cinema das atracções no campo do horror. Contudo, há qualquer coisa que nos vai sendo soprada ao ouvido à medida que o filme avança: a sua indisfarçável tacanhez dramática, para não falar da falta de convicção de alguns dos seus actores (à cabeça, esse “Steven Seagal dos curandeiros” chamado Rafael, encarnado por Raymond Cruz). Ou seja, e concluindo, esta “maldição” vale uma sessão da meia-noite bem passada, algo desmiolada, com alguma diversão camp, mas “that’s that”.

Luís Mendonça

Diamantino (2018) de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt
Diamantino (2018) de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt

São diversas as recriações pitorescas na cinematografia portuguesa de como os burgueses imaginam os pobres, como se o próprio acto em si tornasse admissível o direito de os filmar. Sem pudor algum entram em bairros sociais, filmam as suas histórias e no fim, como talhantes e carniceiros que são, apresentam histórias comoventes e que se julgam descendentes directos do cânone Pedro Costa. Porém, a inteligência sofisticada desta dupla poupa-nos à falsa comiseração e recria o cânone dos “pobres tal como eu os imaginei” para “os pobres tal como eu os quero”. Diamantino já não é (São) Jorge, porque Jorge é tal como o poeta Cesáriny cantou –  “Vamos ver o povo./ Que lindo é./ Vamos ver o povo./ Dá cá o pé./ Vamos ver o povo./ Hop-lá!/ Vamos ver o povo./ Já está.”; Diamantino nem se preocupa em ser poema, porque ele quer-se pop e portanto está antes na dimensão do dito da Comporta em que se “brinca aos pobrezinhos”. Entre o “sotaque” e o calão de Carloto Cotta e as irmãs Moreira, o pai como figura tutelar da genética das classes baixas, este filme é a súmula de uma outra ideia burguesa – “podemos tirar a rapariga do Bronx, mas nunca o Bronx da rapariga”. Assim os burgueses podem dormir mais descansados porque sempre que o “sonho americano” se realiza e chuta um dos seus pobres para a alta esfera, há ainda códigos de casta que se certificam que o azeite não se mistura com a água.

Mas Diamantino não é apenas burguês, ele é sobretudo intelectualmente arrogante. Porque tal como ele se quer sofisticado, também ele se quer cool e é por entre gargalhadas que este nos quer enfiar pela goela abaixo a mixórdia de temáticas do séc. XXI. Tudo fica pela rama, porque há uma confusão clara em Abrantes e Schmidt de que a comédia é algo fácil. Não há nada de fácil numa boa comédia e esta é somente grotesca. Tudo são imagens gastas, desde o materialismo dos futebolistas, à alienação das massas pelo futebol, ao impudor como aborda a questão dos refugiados e com um toque de modernismo ainda se fala de género, sem antes esquecer a subida dos movimentos “populistas” e nacionalistas. A única razão que posso dar a ambos é de que de facto Diamantino compete directamente com a televisão, pela sua ausência de linguagem cinematográfica, assim como com a Internet, pela sua falta de densidade e necessidade de consumo rápido. Diamantino não é um filme feito para o público tal como eles nos querem vender, ele é antes um filme feito para um círculo de doutos intelectuais que do alto do seu pedestal vieram vomitar sobre aquilo que acham ser a cultura das massas.

Bernardo Vaz de Castro

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