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Crónicas, Ficheiros Secretos do Cinema Português 1

O fabuloso destino dos irmãos D’Algy

De Paulo Cunha · Em Outubro 14, 2018

Baptizado de António Lozano Guedes Infante, Tony adoptaria o nome artístico Algy, palavra criada a partir das iniciais dos seus nomes. A irmã adoptaria o sobrenome artístico do irmão, mas aparece várias vezes também creditada como Helen ou Elena. Durante dois anos, os irmãos viveram o sonho de Hollywood, assinando contrato com os principais estúdios e contracenando com as estrelas mais famosas daquele período.

Tony nasceu em Luanda, em 1896, e Helena em Madrid, dez anos depois. A primeira aparição de Tony D’Angy num filme de Hollywood aconteceu em The Rejected Woman (1924) de Albert Parker, onde contracenou com Bela Lugosi, seguindo-se uma participação em Monsieur Beaucare (1924) de Sidney Olcott, onde Rudolph Valentino era a estrela do elenco. Depois da morte do pai de ambos, Helena rumaria ao Brasil, numa tentativa de construir carreira como cantora, mas acabaria por chegar a Hollywood, onde foi acolhida pelo irmão. Juntos, contracenariam com a estrela Rudolph Valentino em A Sainted Devil (O Pecador Divino, 1924) de Joseph Henabery.

Helena D’Algy e Rudolph Valentino na capa da publicação The Pichture Show Annual (1926)

 

Helena D’Algy na capa da revista de cinema Movie Weekly, 19-I-1924

Os irmãos não voltariam a contracenar em Hollywood, cada um seguindo o seu caminho. Tony desempenharia diversos papéis de amante latino ao lado de Joan Crawford [The Boob (Como se faz um Herói, 1926) de William A. Wellman] e Marceline Day [The Gay Deceiver (O Grande Comediante, 1926) de John M. Stahl]. Helena desempenharia pequenos papéis em filmes de Victor Sjostrom [Confessions of a Queen (Trono Vago, 1925)], Josef Von Sternberg [Exquisite Sinner (O Cigano Amador, 1926)] e Alan Crosland [Don Juan (1926)]. Este último filme seria o ensaio de Crosland com a novíssima tecnologia Vitaphone antes de realizar, meses mais tarde, o célebre The Jazz Singer (O Cantor de Jazz, 1927), considerado o primeiro filme sonoro da história do cinema.

Estreia de Don Juan no Warners’ Theatre, o famoso “Refrigerated Theatre”, a 6 de Agosto de 1926, Broadway, Nova Iorque.

Os dois irmãos encontrar-se-iam no ano seguinte, em Berlim, nos estúdios da UFA, onde Helena protagonizou Raza de hidalgos (A Race of Noblemen, 1927), uma co-produção hispano-alemã realizada pelo próprio Tony D’Algy. Esta seria a sua segunda e última experiência atrás das câmaras, depois de se ter estreado em The Reckless Mollycoddle (Entre Dois Fogos, 1927), que estrearia em Portugal em 1928 com o título Entre Dois Fogos. Helena ainda regressaria aos Estados Unidos para uma participação no musical Melodía de arrabal (Melodia no Bairro, 1933) de Louis J. Gasnier, onde contracenou com Imperio Argentina e Carlos Gardel, mas Tony permaneceu pela Europa, tentando uma nova aventura em França. Entre outros, seria dirigido por Roger Lion em Amour de louve (1929), depois deste também ter regressado à França após a sua aventura portuguesa [1923-24, onde dirigiu Sereia de Pedra, A Alma do Mar e A Fonte dos Amores].

Em 1930, acabaria contratado pela Paramount para trabalhar nas versões em língua espanhola rodadas nos estúdios de Joinville, nos arredores de Paris: El secreto del doctor (O Segredo do Doutor, 1930), La fiesta del diablo (1931) e Sombras del circo (1931), todos de Adelqui Migliar, um realizador chileno radicado em Paris. Ao mesmo tempo, nesses mesmos estúdios, Alberto Cavalcanti rodava os primeiros filmes falados em português: A Canção do Berço (1930), versão portuguesa de Sarah and Son (A Volta do Deserdado, 1930) de Dorothy Arzner com Corina Freire; e A Minha Noite de Núpcias (1930), versão portuguesa de Her Wedding Night (1930) de Frank Tuttle com Beatriz Costa.

Tony D’Algy e Amelia Muñoz no cartaz do filme Sombras del circo (1931) de Adelqui Migliar

Enquanto Helena encerrava a sua carreira e Tony ruma à Argentina, onde permanece entre 1936 e 1939, participando em diversos filmes para diferentes estúdios. Antes de regressar a Espanha, conta uma breve passagem por Itália, onde participa em vários filmes, dos quais se destacariam Fortuna (Lluvia de Milliones, 1940) de Max Neufeld e La nascita di Salomè (1940) de Jean Choux, duas co-produções italo-espanholas rodadas nos estúdios da Cinecittá.

Tony D’Algy no cartaz espanhol de Fortuna (Lluvia de Milliones, 1940) de Max Neufeld

Notícia sobre Tony D’ Algy na revista de cinema Animatógrafo, 30-I-1942, p. 6

Atento ao sucesso da galã em Espanha, Arthur Duarte tentou trazê-lo para Portugal como protagonista da versão portuguesa do filme espanhol Tierra Bruja (a realizar por Florian Rey), que seria filmada nos estúdios portugueses com técnicos portugueses. Tony D’Algy chegaria ao cinema português no final dos anos 1940, para interpretar alguns papéis secundários em dois dos mais populares filmes da época: o vizinho rico de António Silva n’ O Leão da Estrela (1947) de Arthur Duarte; e agente de Amália Rodrigues em Fado, História d’uma Cantadeira (1948) de Perdigão Queiroga.

Tony D’Algy em O Leão da Estrela (1947) de Arthur Duarte

 

Tony D’Algy e Amália Rodrigues em Fado, História d’uma Cantadeira (1948) de Perdigão Queiroga

D’Algy ainda entraria em mais três filmes espanhóis, abandonando as telas em 1950, no filme Si te hubieses casado conmigo (1950), dirigido por Victor Tourjansky, ao lado de outros actores de renome no país vizinho como Amparo Rivelles, Adriano Rimoldi e Fernando Rey. Tal como a irmã, continuaria desconhecido da maioria do público nacional, sendo mesmo confundido por espanhol em algumas revistas de cinema. Hoje, Tony D’Algy é um nome tão exótico quanto desconhecido na história do cinema português, mas foi a primeira figura portuguesa verdadeiramente internacional no meio cinematográfico.

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Paulo Cunha

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1 Comentário

  • Manuel Cruz diz: Outubro 14, 2018 em 8:13 pm

    Parabéns pelo post e pelo blog. Aproveito para sugerir o blog “portugal através do mundo” (e a etiqueta Hollywood)

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