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À pala de Walsh
«Entre Parêntesis», Crónicas 4

Carta aberta ao meu amigo Rui, a propósito do Bud Spencer

De Vasco Baptista Marques · Em Julho 25, 2016

Não me lembro de muito, mas disto tenho a certeza: que tinha oito anos; que, numa tarde das minhas férias de verão, o meu pai me levou ao clube de vídeo do centro comercial Tropical, em Linda-a-Velha, onde a única coisa que de tropical havia era o papagaio desbotado que, do alto da sua gaiola, ia saudando a conta-gotas os raros inconscientes que arriscavam aventurar-se pela pastelaria da cave (um antro a tal ponto escuro que conheço quem nele tenha sido assaltado por duas vezes enquanto bebia uma bica); que, já no clube de vídeo – e depois de ter espreitado pelo canto do olho os títulos dos pornos que preenchiam as prateleiras mais elevadas –, descobri, entrincheirados na secção «Acção e Aventura», um batalhão de VHS’s, em cujas capas despontava, invariavelmente, um sujeito gordo de barbas negras, que parecia olhar para mim com um misto de bonomia e desprezo. O seu nome de baptismo – vim a sabê-lo muitos anos mais tarde – era Carlo Pedersoli; o seu nome de guerra, esse, era Bud Spencer (Bud por causa da cerveja Budweiser; Spencer por causa do Spencer Tracy: maravilhosa combinação). Não me recordo do título do filme que, nessa tarde, levei para casa comigo (seria O Xerife Quebra-Ossos? o Banana Joe? O Inspector Martelada no Nilo?). Aquilo de que me recordo, sim, é que, daí em diante, foram muitas as tardes que passei com o Bud Spencer e o seu amigo Terence Hill (nascido Mario Girotti), seguindo com uma devoção quase religiosa as suas comédias, dominadas por números de slapstick que, reiteradamente, iam desafiando as leis da física.

Chi trova un amico trova un tesoro (Foi-se o Tesouro, Ficou o Amigo, 1981) de Sergio Corbucci

O presente texto foi publicado no livro de compilação O Cinema Não Morreu – Crítica e Cinefilia À pala de Walsh. Pode adquiri-lo junto da editora Linha de Sombra, na respectiva livraria (na Cinemateca Portuguesa), e em livrarias seleccionadas.

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4 Comentários

  • Pedro Pereira diz: Julho 25, 2016 em 9:26 pm

    Vi o Xerife quebra ossos no cinema ambulante e tantos outros nos videoclubes de Portalegre, entre os quais um que se chamava “Trinitá”. Mas no fundo só queria dizer que me revejo nas tuas palavras.

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  • Francisco Noronha diz: Julho 26, 2016 em 9:33 am

    Só para dizer ao autor que gostei tanto do texto que o citei aqui: http://obosforo.blogspot.pt/

    Um abraço

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  • João Pedro Marques diz: Julho 26, 2016 em 10:40 pm

    Grande texto! Muito sincero, muito terra-a-terra e a desmistificar completamente o pretensiosismo snob dos muitos dos nossos intelectuais. Além disso, tem passagens com muita graça. Parabéns ao autor.
    PS: nunca vi um filme com o Bud Spencer mas fiquei com vontade de ver.

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  • Bruno Pires diz: Agosto 27, 2016 em 10:49 am

    Ter disfrutado dos filmes do Bud Spencer nao me impediu de igualmente o fazer com ” Dinner with Andre” ou ” Morangos Silvestres”. Acontece-me parecido, sujeito a um trato de uma especie de herege cinefilo, nao poder com gosto dizer do meu apreço por “First Blood” e ” Silverster Stallone” no meu cineclub local, por exemplo. Sem querer ser tao duro como se pode ser ao reves, fico com a sensaçao de ser censurado por uma especie de fundamentalismo cultural.

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