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Bambi (1942) de David D. Hand

De João Lameira · Em Fevereiro 8, 2013

Na ficha técnica de Bambi (1942), o nome de David D. Hand surge como supervising director, já que foi ele que coordenou os realizadores das diferentes sequências do filme (a saber: James Alger, Samuel Armstrong, Graham Heid, Bill Roberts, Paul Satterfield, Norman Wright), só que, como toda a gente sabe, o verdadeiro autor é o produtor, Walt Disney. Aliás, Disney acalentou este projecto, uma adaptação de Bambi. Eine Lebengeschichte aus dem Walden de Felix Salten, durante algum tempo, estava até para ser a segunda longa-metragem das suas produções, logo a seguir a Snow White and the Seven Dwarfs (Branca de Neve e os Sete Anões, 1937). Acabou por ser a quinta, depois de Pinocchio (Pinóquio, 1940), Fantasia (1940) e Dumbo (1941), culminando um período dourado da animação.

À semelhança de Pinocchio e Dumbo, Bambi retrata a infância e as dores de crescimento (indo ao encontro do seu público), não da maneira asséptica que os estúdios Disney iriam assumindo depois, tanto nas obras de imagem real como nas de animação (e permitiu aos anárquicos Looney Tunes da Warner Bros. ganharem terreno), antes deixando que a crueldade da existência se explicite ao mesmo tempo que se glorifica a beleza da vida. Mesmo quem não viu o filme sabe que a mãe de Bambi morre, assassinada por caçadores (o Homem é a grande ameaça invisível – a raça humana nunca é vista pelos espectadores), uma das sequências que mais fez chorar as crianças ao longo dos tempos (e, com certeza, alguns adultos). Walt Disney sabia que uma boa história deve assustar tanto como encantar e essa é a grande qualidade das suas primeiras obras.

Para além disso, a cena é bastante cinematográfica, aproveitando-se do som e da imagem como alguns filmes de imagem real não o faziam à altura (e muitos não o fazem hoje em dia): depois de um longo Inverno, Bambi e a mãe regozijam-se dos primeiros indícios de Primavera, pastam pelo prado, bem felizes; eis se não quando, a música se torna lúgubre, o olhar da mãe prostra-se no horizonte, antes de gritar para correrem dali para fora; assim o fazem, e é quando Bambi julga que estão a salvo que repara que a mãe já não está com ela, caiu fora de campo, morta por uma bala dos caçadores e ele jamais voltará a vê-la, é o pai, sempre ausente (uma figura um tanto ambígua, que ora o despreza ora o salva e representa o seu futuro, supervisionando a vida, à distância de um promontório), quem lho diz. Na sequência seguinte, passaram muitos anos, o pequeno Bambi já não é assim tão pequeno e tem chifres, mais próximo da imagem do Grande Principe que nasceu para ser e preparado para ficar twitterpated (a doença de amor primaveril que o velho mocho identifica e da qual o jovem Bambi irá padecer, assim como os seus amigos de infância, Thumper, o coelho desdentado, e Flower, a doninha perfumada). A própria dor fica fora de campo, toda para os espectadores.

Assiste-se ao ciclo da vida, em que a morte é um passo tão natural quanto o nascimento. É essa a grande aprendizagem da infância, que se esfuma naquele grande incêndio lá para o final, bastante violento. Nesse respeito, The Lion King (O Rei Leão, 1994), um dos momentos altos dos estúdios Disney nos anos 90 (altura de um ressurgimento que já é coisa do passado), é uma espécie de remake de Bambi. Em vez da morte da mãe, a morte do pai; em vez da bela música de Frank Churchill e Edward H. Plumb – que pontua a acção do princípio ao fim, sem ser estridente, criando momentos de quase musical (do bom), com números de dança à mistura -, as constantes e enjoativas canções de Elton John e Tim Rice; em vez dos notáveis voice actors, os nomes sonantes que tomaram conta da animação ultimamente.

Bambi é de outro tempo, em que a animação precisava de um trabalho fastidioso de desenho e pintura, em que não se procurava o realismo das formas e dos movimentos. Por isso, passe o fetichismo (similar ao dos que defendem a película a todo o custo), é mais belo de que os desenhos animados “digitais” de agora. Tal poderá ser comprovado na próxima terça-feira, dia 12 de Fevereiro, na Sala Luís de Pina da Cinemateca Portuguesa às 22:00.

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1940'sDavid D. HandWalt Disney

João Lameira

"Damn your eyes!"

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Sem Comentários

  • JBL diz: Fevereiro 9, 2013 em 6:53 pm

    Gostei muito. Naquele tempo era permitido sonhar e o cinema do Walt Disney encantava as crianças e não só.
    Calculo que hoje seja diferente. Pelo que vejo na TV e na internet os filmes ou as séries são de terror ou de violência. Razão tem o pequeno Edu com cinco anos que está sempre disponível para ver filmes ou jogos onde haja “porrada”.
    Estes são os tempos em que vivemos e o cinema não conseguiu escapar às receitas das produtoras. Afinal os resultados condicionam o talento.

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