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À pala de Walsh
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Último dia MOTELx: quando o corpo opera a máquina

De À pala de Walsh · Em Setembro 18, 2012

Serbuan maut (The Raid: Redemption, 2011) de Gareth Evans

O sururu sobre este filme já vem crescendo desde há algum tempo, passou por vários festivais e alimentou as bocas de tudo o que era apreciador de cinema do género. Uma maravilha, extraordinário; coisas que se ouvia pelas internetes. O MOTELx fez o favor de o seleccionar (ainda que não seja sequer um filme de terror, talvez survival horror) e visto o mastodonte o que há a dizer? pois bem, este é de facto um grande filme. Para que o leitor fique como uma ideia do filmes podemos dizer que o realizador galês, Gareth Ewans (que foi filmar para a indonésia porque a sua mulher é de lá e porque se apaixonou pelas artes marciais desse país) junto numa panelinha PTU (2003) de Johnnie To [a brigada policial que invade um prédio e o sufoco em que só To nos sabe deixar] o recente Haywire (Uma Traição fatal, 2011) de Steven Soderbergh [a rudeza dos números marciais interpretados por actores que antes de o serem são isso mesmo, artistas marciais] e Celda 211 (Cela 211, 2009) de Daniel Monzón [o polícia preso num local de violência extrema pejado de bandidagem]. Mas neste filme não há o humor de To, o pretenciosimo de Soderbergh nem o escapismo sentimentalista de Monzón (não há cá flashbacks emocionais), neste filme há, acima de tudo, porrada. Mas entendam-me, porrada aqui é um acto quase religioso, uma espécie de ritualização sobre a destruição do corpo. Ninguém aqui morre sem antes dar luta, muita luta (aliás, os que morrem rapidamente são os que são assassinados pelos vilões). Um filme em que o corpo do inimigo é algo que se deve respeitar (chega a ser homo-erótico ver tantos homens e tanto sangue, tudo misturado e aos saltos), onde não há os bons de um lado e os maus do outro, ambos os lados os têm. Nem quero falar do deslumbramento técnico que é uma câmara que dança as coreografias marciais (mas sem essa peste que é a câmara lenta) juntamente com os próprios actores, numa simbiose que (de novo) revela essa corporalidade do filme, ou a questão do espaço fechado que faz lembrar – a espaços – Alien (Alien – O 8.º Passageiro, 1979). Um filme maior que o hype que sobre ele se criou (ainda que seja um veículo de um actor em ascensão, Iko Uwais, e uma acumulação de cenas de antologia). (RVL)

American Mary (2012) de Jen Soska e Sylvia Soska

A estreia na realização das irmãs gémeas Soska foi em 2009 com uma prostituta a arrebolar na mala de um carro [Dead Hooker in a Trunk (2009)]. Dois anos depois, digeridas que foram as influências de Stephen King e Robert Rodriguez [sobretudo El Mariachi (1992)], abrem este American Mary com um peru a ser cortado a bisturi ao som de Ave Maria de Schubert. Ao peru, segue-se seres humanos, uns voluntariamente (outros menos), que vão funcionando ora como trabalho, ora como vingança da protagonista, uma estudante de medicina bem prespineta que quer vir a ser cirurgiã. Embora haja uma certa ironia na escrita, o filme nunca se sustenta além de uma série de quadros de torture porn [Eli Roth do xenófobo Hostel(2005), achou o filme fucking awesome, claro] e de situações que ameaçam desmembrar personagens que poderiam ser de Grey’s Anatomy (bela visão, esta). Se há inúmeros filmes que se cruzam  com American Mary [só alguns: The Dentist (1996), Anatomy (2000) ou mesmo Ôdishon (Anjo ou Demónio, 1999) de Takashi Miike], a sua originalidade, prolongada pelo ambiente underground, é a intervenção estética extrema sobre o corpo. Onde acabam as tatuagens e começam as amputações artísticas? Trata-se de fenómeno real, de que os estudantes da body art se ocupam, como manifestações actuais de uma necessidade de individualismo. Sem nunca conseguir construir um discurso sobre o tema, o filme das irmãs Soska, apenas o integra nessa subcorrente do horror. A pornografia da tortura quer ver o inédito, o mais profundo (profundo no sentido de “para dentro da carne”) proporcionado pela deformação e tortura. É é nesse sentido que American Mary é uma espécie de mise-en-abîme: ver a deformação ou querê-la fazem as duas partes da mesma angústia, do mesmo individualismo como statement, sobre o corpo e sobre a percepção. (CN)

A Bruxa de Arroios (2012) de Manuel Pureza

Desde 1970 que Henrique Campos transformou Arroios num local importante para o cinema português. O filme era A Maluquinha de Arroios (1970) e a comédia era bem desmiolada, como se quer. Com o passar do tempo a maluquinha converteu-se em bruxa, neste simpático gag escrito por Ricardo Oliveira, com base numa vizinha real, quando vivia em Arroios com o realizador Manuel Pureza. O tema é a incomunicação, o casal é composto por Rita Blanco e José Martins e entre eles não há diálogo, apenas sonzinhos e assobios como nos desenhos animados de leste. Com uma fotografia e direcção de arte cuidadas apenas há que louvar a boa vontade e seriedade de um filme que em 15 minutos consegue ter mais ideias do que muitas longas-metragens. A última referência, que é a primeira, é a série Bewitched, parodiada no genérico inicial. (CN)

V/H/S (2012) de Adam Wingard, Ti West, David Bruckner, Glenn McQuaid, Joe Swanberg e Radio Silence

Um dos filmes mais aguardados neste ano de cinema, V/H/S (2012) lança ao mundo um vasto grupo de jovens cineastas com vontade de levar mais longe a linguagem do horror. Ti West, cineasta de mão cheia que prova de novo que “joga noutro campeonato”, traz-nos o episódio que salva da mediocridade este filme omnibus pouco coeso que conta talvez com apenas mais “uma cassete” bem esgalhada (a última dos Radio Silence), sendo que as restantes me pareceram retumbantes tiros ao lado [começando pelo episódio do “assassino no mato”, actualização reles de Blair Witch Project (O Projecto Blair Witch, 1999), e terminando nessa boa ideia mal aproveitada que é a história de assombrações, com um desastrado toque sci-fi, filmada via chat do Skype]. A história de Second Honeymoon, a única que não cede à tentação das paranormalidades, vive da dúvida, que diria ser poderosamente filmológica, em torno de “quem opera a câmara de filmar” – e, já agora, por que a opera? O plot é inteligente, a escrita é menos trabalhada do que é habitual em Ti West, mas é por causa da sua perversa linearidade narrativa/visual (aqui a barra marca a diferença entre o bom e o banal) que este segmento se destaca largamente dos outros. Ainda assim, quero deixar uma nota de futuro sobre este grupo de cineastas que se auto-intitula, como se fosse uma banda de rock, Radio Silence: 10/31/98 é uma espécie de versão found footage do brilhante The House of the Devil (2009), com as mesmas doses de humor e personagens terrenas – e não tanto os secantes adolescentes com as hormonas aos saltos que povoam demasiado cinema de terror norte-americano – que encontramos nos filmes do professor Ti West. (LM)

Dèmoni (Demons, 1985) de Lamberto Bava

Lamberto Bava é filho de Mario Bava e só isso já é peso suficiente para se carregar, Dèmoni é (co-)escrito por Argento (e o peso aumenta) e a camioneta do (na altura ainda) moço dificilmente podia suportar com tanta areia. Mas a verdade é que este é um filme maior que a simples acumulação de gore e (black) exploitation que qualquer grindhouse xunga dos anos oitenta receberia de bom grado. Uma série de espectadores de um filme em exibição especial numa sala nova da cidade apercebe-se que a trama de adolescentes possuídos por demónios do filme se está a concretizar no próprio espaço do cinema. Talvez seja esta a grandeza do filme, quando todos se apercebem das semelhanças entre o que se passa na tela (um dos demos atravessa-a quando um outro, fictício, está projectado) dizem que a maldição é provocada pelo próprio filme. Parem o filme gritam os personagens para nós, mas que podemos nós fazer para além de esperar que a coisa não se passe connosco? Invadem a cabine de projecção e partem tudo, o filme (do filme) pára mas os bichos continuam a sua senda por carne humana. Um cego (um cego no cinema?) avisa que deve ser o teatro que provoca tudo aquilo (em português, o edifício do cinema, é o edifício do cinema o culpado!). Depois de muitos sustos e de uma certa preguiça do realizador em desenvolver a besta, os sobreviventes saem do edifício para descobrirem que a praga se alastrou ao mundo. Se não é o filme, nem o espaço onde o filme passa, terá que ser o cinema (lui-même) o culpado, é a maldição do cinema. Ou seja, só no cinema podem acontecer tais horrores e só o cinema os pode devolver como uma provocação. (RVL)

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