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À pala de Walsh
Caderneta de Cromos, Contra-campo 0

Caderneta de Cromos #9: Joana Gusmão

De À pala de Walsh · Em Fevereiro 3, 2021

Caderneta de Cromos é um questionário breve, impertinente quanto baste, mais ou menos imbecil, sobre o mundo do cinema, em geral, e sobre o mundo em toda a sua inteireza, em particular. Joana Gusmão é produtora, programadora e integra, desde 2020, a direcção do festival Doclisboa. É fã do cineasta de animação Isao Takahata, não morre de amores pelo republicano Chuck Norris e gosta de rir e chorar ao domingo, assistindo a filmes que dificilmente alguma dia poderão entrar na programação do exigente Doclisboa (ou será que John Hughes tem alguma hipótese na secção Riscos?). O festival, já agora, continua, através de iniciativas online que pode acompanhar na sua página oficial.

Heisei tanuki gassen ponpoko (Pom Poko: A Grande Batalha dos Guaxinin, 1994) de Isao Takahata

1. “When choosing between two evils, I always like to try the one I’ve never tried before.” A frase é da grande Mae West. Há algum mal que te seduza neste momento em matéria de consumos cinéfilos? Qual ou quais?

Estás a falar de guilty pleasure? Não sei se posso considerar um consumo cinéfilo um mal, mas vi de rajada o Pretend It’s a City (2021)​, do ​Martin Scorsese, com a Fran Lebowitz. Sabes que ela começou por escrever críticas de B movies (ou L movies como ela lhes chamava) para a revista Interview – ​“Best of the Worst”. Na verdade sou bastante obcecada com esse tipo de filmes. ​Percebi também que posso citar a Fran para quase tudo, ​inclusive para responder a essa pergunta: “I think it ‘s unbelievable that there’s a phrase such as ‘guilty pleasure.’ Unless your pleasure is killing people. My pleasures are absolutely benign, by which I mean, no one dies. No one is molested. No, I don’t feel guilty for having pleasure.”

2. Imagina esta situação: Chuck Norris dedicava-se agora ao documentarismo etnográfico anti-colonial, fazendo pequenos milagres fílmicos ao nível de um Pelechian. O Doclisboa tinha um canal privilegiado com Norris e pretendia fazer uma retrospectiva desta sua nova faceta. Mas o próprio, no jeito muito dele, dizia que só aceitava participar nessa retrospectiva se passassem também todos os cerca de 200 episódios de ​Walker, o Ranger do Texas na sala pequena da Culturgest, com apresentações a cargo de Nuno Artur Silva. Como davas a volta a isto? É que os seus documentários etnográficos anti-coloniais eram mesmo bons!

Essa pergunta exige mesmo um grande esforço de imaginação. O único ponto a favor é o Secretário de Estado adorar séries… Gostaria muito de programar os episódios de Walker, O Ranger do Texas acompanhados de uma masterclass que ajudasse a emancipar o olhar do espectador, desconstruindo as intenções dessa obra e do seu caráter normativo, imperialista e machista. Mas dificilmente o ​Walker teria espaço no contexto do ​Doclisboa,​ tendo em conta a quantidade de filmes maravilhosos que são produzidos actualmente em todo o mundo. Tenho a certeza que o Chuck Norris iria compreender. Parece-me um tipo sensato, apesar de republicano.

3. Que um raio nos atinja a todos se mentires na resposta à seguinte questão: vais-me dizer que nunca passaste pelas brasas durante um Wiseman, não?

Se o Apichatpong diz que eu posso, eu posso.

4. ​Trás-os-Montes (1976) ​de António Reis… Ok, muito bonito e tal, mas… não dava um jeitaço umas legendazitas?

E da Margarida Cordeiro​… A poesia não precisa de legendas, pá! O Trás-os-Montes é uma explosão de significados. “Muito bonito e tal”, chega perfeitamente para mim.

5. Há uma certa polémica no meio académico sobre a natureza das imagens dos filmes de Reis e também de Pedro Costa, seu “discípulo”: documentário ou ficção. Gostava então de te perguntar como te posicionas relativamente à possibilidade do Sporting ser campeão nacional em 2021, terminando com um jejum mais antigo que a Rainha de Inglaterra.

Esse debate não interessa nem ao menino Jesus.

6. Um conceito irresistível para a maior parte dos terráqueos: filmes de domingo à tarde para puxar lágrima ou sacar umas valentes gargalhadas. Dá-nos aí, por favor, um título de um filme de domingo à tarde que te tenha roubado umas valentes lágrimas e outro que te tenha provocado umas igualmente boas e valentes ​belly laughs.​

Sou a maior film buff domingueira de sempre! Para chorar até sorrir, o ​My Girl (O Meu Primeiro Beijo, 1991) do Howard Zieff, com o Macaulay Culkin e a Anna Chlumsky. ​Para rir até chorar, ​Ferris Bueller’s Day Off​ (O Rei dos Gazeteiros, 1986),​ d​o grande John Hughes.

7. E agora precisamos de qualquer coisa bombástica, uma espécie de furo: aqui que ninguém nos ouve, diz aí, por favor, um filme que se tenham arrependido de deixar de fora da programação do Doclisboa e outro que se tenham arrependido de ter incluído na programação.

Vou invocar a quinta emenda – direito de permanecer calada.

8. Sei que gostas muito de cinema de animação, em particular de Isao Takahata. Queria que me acompanhasses na analogia: vocês no Doclisboa são os cachorros-guaxinis a tentar defender a sua floresta contra os projectos urbanísticos de humanos egoístas e insensíveis. Estes últimos, claro, representam o Secretário de Estado Nuno Artur Silva e a sua ​mob ​governativa, incluindo a sua número dois, a Ministra da Cultura. Estás a acompanhar-me ou é demasiado rebuscado?

Deixa-me corrigir-te, não gosto assim tanto de cinema de animação, mas gosto muito de algum cinema de animação, e em particular do ​Paku-san (Isao Takahata).​ Ao contrário do que acontece no ​Pom Poko (Pom Poko: A Grande Batalha dos Guaxinin, 1994)​, os cachorros-guaxinis não estão sozinhos na luta pelos direitos fundamentais do sector. Esperemos que aqui na terra, muito menos interessante do que o universo animado japonês, os humanos tenham mais juízo, e que os ​Tanuki r​ecuperem o seu habitat natural vivendo felizes para sempre.

9. Por falar em Graça Fonseca, alguma vez tomaste uns ​drinks ​a mais antes de uma apresentação pública do Doclisboa? Conta lá essa história.

What Happens in Doclisboa, Stays in Doclisboa.

10. Por fim, nestes tempos difíceis, em que os festivais se vêem obrigados a reformular as suas políticas, tentando adaptar-se a esta nova realidade, gostava de te perguntar se no Doclisboa por acaso já terá passado pelo espírito investirem numa gigantesca rede de copos de plástico com fios ligando realizadores e espectadores por todo o país. Isto para os Q&A serem mais giros e orgânicos.

A gigantesca rede de copos plásticos chama-se zoom, não sei se já ouviste falar, e temos feito conversas bem “giras” no ​Facebook. São encontros informais com realizadoras e realizadores que nos brindaram com os seus filmes na edição deste ano. Como a ​Paula Gaitán, a Lynne Sachs, a Maria Clara Escobar​, o ​Kim Namsuk ou o Diogo Pereira, entre muitos outros. ​Recomendo irem lá espreitar, até podermos estar todos juntos de novo, no “escurinho do cinema”.

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