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A minha colecção sou eu

De Ricardo Gross · Em Janeiro 18, 2021

As configurações da minha colecção de DVD correspondem aos momentos e às transformações que sofreu a minha relação com este suporte. Já fui o que se poderia chamar de um coleccionador, nos últimos anos afunilei o critério para não só ter à vista a maior quantidade de títulos possível (em vez da desarrumação que vai escondendo uns atrás de outros, e de outros), mas principalmente para procurar rever-me o mais possível nos filmes que guardo. Este critério é furado de algumas contradições: quem nunca comprou um filme baseado numa recomendação alheia que ponha o dedo no ar.

A colecção de filmes de Ricardo Gross

Não faço a conta ao número de filmes que tenho, e já justifiquei as minhas encomendas com a fraca qualidade do cinema que chega às salas, e com a desconfiança face ao dilúvio da oferta do streaming que motiva o consumo impaciente e inclemente que logo passa à frente. Na nova casa janto de frente para as estantes onde tenho os filmes. A atenção muitas vezes distribuída pelo que passa na TV, pelos pensamentos daquela altura, e por alguma interpelação de algum daqueles títulos.

Tenho ali a minha cinemateca privada. Tenho gosto em partilhá-la com os amigos, embora me custe emprestar, porque mais ainda me custa pedir emprestado (e depois separar-me do DVD emprestado, se a descoberta tiver sido proveitosa). Gosto de ter a minha pequena colecção sempre completa ali à frente do olhar, como que adormecida, desafiando-me de vez em quando com o sobressalto de saber se tenho este ou aquele título, do realizador A, B ou C, o que não é mais garantido, fruto das reconfigurações a que o mesmo pecúlio foi sujeito, para contrariar a indiferença que uma quantidade exagerada de filmes, porque demasiado completista, pode originar.

Pediram-me que escolhesse um DVD mais especial que gostasse de destacar do conjunto. Escolho o filme Harry and Tonto (Harry e Tonto, 1974) de Paul Mazursky, que corresponde à já atrás referida compra por recomendação de outrem. E aqui abro um parêntesis: uma coisa que os blogues e as redes sociais vieram potenciar, foi este intercâmbio de influências entre pessoas que partilham sensibilidades comuns, como forma de manter uma relação de proximidade que tantas vezes não é fisicamente real. A edição que possuo é japonesa (orientar-me pelo menu do DVD obedece à lógica da tentativa e erro) e foi-me enviada através de um revendedor Amazon com origem na Coreia do Sul. O filme é maravilhoso, de contrário não seria a escolha defendida unicamente com base no exotismo da proveniência, ou na raridade do filme. É a história de um homem de idade avançada, mas independente, que tem de deixar a sua casa de toda uma vida, que habitava desde a viuvez com a companhia exclusiva do seu gato Tonto (que ele leva para todo o lado). O filme desenvolve uma narrativa em expansão, torna-se um road movie, e dá-nos a conhecer outros elementos da família de Harry (Art Carney), e várias figuras que ele vai conhecendo na estrada, e que traduzem uma ideia da América multicultural e multirracial.

É um filme onde qualquer enunciado de amargura ou de conflito se dissolve em bonança. Como se Mazursky orquestrasse os episódios narrados com uma sabedoria que os transcende, e que obedece a uma aceitação de tudo o que constitui a vida, e a aceitação da aventura de viver. Vale bem a pena as várias tentativas e erros até pormos o filme a passar outra vez.

(Este texto faz parte de uma série de textos que decorre do manifesto Let’s get physical: contra o fim dos suportes físicos, a favor da liberdade do espectador.)

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Art CarneyPaul Mazursky

Ricardo Gross

"Ken is a tormented man. It is Eiko, of course, but it is also Japan. Ken is a relic, a leftover of another age, of another country." The Yakuza (1974) de Sydney Pollack

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