A escrita sobre cinema não conhece fronteiras. E dessa circulação das imagens e do pensamento constituem-se por vezes parcerias, intimidades, cumplicidades. A relação com o Brasil e os cinéfilos brasileiros data do início do site. Por curiosidade, fomos aos nossos arquivos para descobrir que nos primeiros meses do projecto, ainda em 2012, vários foram os textos sobre cinema brasileiro. Na secção Raridades, escrevemos sobre Os Deuses e os Mortos (1970) de Ruy Guerra, nos filmes exibidos Noutras Salas destacámos Der Leone Have Sept Cabeças (1970) e Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), ambos de Glauber Rocha, e cobrimos as estreias de 360 (2011) de Fernando Meirelles e On The Road (2012) de Walter Salles.

Ao longo dos anos, várias foram as colaborações, tendo como ponto cimeiro a excepcional crónica Constelações Fílmicas assinada por Luiz Soares Júnior, entre 2014 e 2018. Ao longo dos anos pudemos comprovar, através das redes sociais ou de viva voz, o carinho, o interesse, com que, do outro lado do Atlântico, o À pala de Walsh era lido, pensado e partilhado. Algo que os walshianos Sabrina D. Marques, Ricardo Vieira Lisboa e Francisco Noronha puderam confirmar in loco quando foram recebidos de forma maravilhosa, em 2016 e 2018, no Festival de Cinema do Rio, que acolheu o programa Berlinale Talent Press Rio.
Com o À pala de Walsh já a caminho do seu nono aniversário, é com orgulho que anunciamos uma parceria que irá cimentar ainda mais a ponte entre o nosso projecto e a cinefilia brasileira. Trata-se de uma parceria estabelecida com a prestigiada secção de cinema do Estado da Arte – Revista de Cultura, Artes e Ideias, pertencente ao Estadão, jornal do Estado de São Paulo. Esta parceria irá arrancar em Setembro de 2020 – depois da habitual pausa para descanso em Agosto – e irá sempre girar em torno de um tema específico – o primeiro será a Amizade. Em cada mês serão publicados textos em ambas as plataformas, assinados ora por walshianos, ora por colaboradores do Estado da Arte.
Estamos muito entusiasmados com esta nova parceria, entusiasmo que sabemos ser mútuo. Por fim, agradecemos em especial aos editores Miguel Forlin e Jeffis Carvalho pelo empenho na efectivação desta parceria.
Resta apenas desejar longa vida a esta nova parceria e que a busca de espaços de reflexão acerca do cinema (e porque não dizê-lo, da arte e cultura) prossigam assim, de forma unida, sustentada e convicta do serviço público que todos prestamos.
