A olfactofilia consiste na atração, ou excitação sexual, provocada pelos odores que o corpo humano emana. Quando desmembramos a palavra, percebemos que na sua origem o sufixo grego filia provém de filos “amor”. No cinema, como na vida, os impetuosos espíritos do desejo são tanto um catalisador para a experimentação quanto um sentimento interno que nos consome quando estamos expostos a alusões, sentidos múltiplos que nos causam prazer, que despertam fantasias, que nos fazem saborear mentalmente essa atração psicológica pela imagem e do que dela possa advir. O olfato é em si um sentido exploratório em busca de uma fisicalidade. O nosso sistema nervoso fervilha com os cheiros e a memória que a eles está associada, do animalesco ao mais terno afeto.