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Amadores de cinema

De Paulo Cunha · Em Maio 6, 2019

A criação, em Junho de 1938, pela Pathé Baby Portugal, de um importante concurso nacional teria um impacto importante na expansão do cinema de formato reduzido. O Concurso do Melhor Filmes de Amador de 9,5mm, apesar de acolhido com certa reserva pelos cineastas amadores que não estavam “habituados a competições”, foi um “verdadeiro sucesso”. A segunda edição seria organizada em 1940 e a terceira em 1943, esta que já passou a incluir os restantes formatos de amador, 8mm e 16mm. Nestas primeiras edições, entre os premiados, surgem já nomes que se destacariam nas décadas seguintes (Mateus Júnior) e que até passariam ao cinema profissional (Carlos Tudela).

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As origens do cinema de amadores em Portugal remonta aos anos 30, mas só na década de 1950 é que o fenómeno atingiria um maior mediatismo e um alcance nacional. O decréscimo de actividade verificado até meados da década de 40 estava relacionado com a falta de “filme virgem”, por consequência da Segunda Guerra Mundial.

O Clube Português de Cinema de Amadores (CPCA) foi o grande pioneiro deste fenómeno em Portugal, tendo sido inclusive o primeiro representante português nos eventos da UNICA, a federação internacional. Inserido na Secção da Sociedade de Propaganda de Portugal, também conhecida como Touring Club de Portugal, uma entidade privada fundada em 1906 com intuitos de promover a prática turística, o CPCA começou por organizar as primeiras sessões públicas de exibição de filmes de amadores.

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A norte, a criação do Clube Português de Cinematografia/Cineclube do Porto também foi muito importante para os cineastas amadores porque inscrevia nos seus objetivos a produção de filmes em 8mm, 9,5mm e 16mm e porque acolheu no seu seio vários cineastas amadores vindos de outras estruturas precedentes, como António Lopes Fernandes e Augusto Romariz ou Manuel Ferraz. Logo em Março de 1946, o Cineclube do Porto anunciava um ambicioso programa de produção com vários filmes: Sonhos de Férias (16mm) de Hipólito Duarte (presidente da direcção); Fui ver a Primavera (9,5mm) de António Lopes Fernandes; Rapsódia Urbana (9,5mm) de Augusto Romariz; uma película sobre a Casa do Gaiato e o Padre Américo de Manuel Ferraz; Beira Mar de Valverde; e “uma película de bonecos animados” de Jorge Tavares.

Em Janeiro de 1946, com sede em Lisboa, era criada a União de Cineastas Amadores, uma associação dirigida pelo cineasta amador Jorge Rocha, que logo começara a organizar sessões de filmes em 9,5mm para o público lisboeta interessado. No ano seguinte, também em Lisboa, seria criado o Pathé Clube Português, recuperando uma ideia que nascera antes da Segunda Guerra Mundial, que se propunha “reunir todos os amadores de cinema trabalhando em qualquer formato, bem como os amadores da fotografia”.

A Secção de Cinema da Câmara Municipal de Lisboa, que tinha como principal objectivo “constituir uma cinemateca onde serão arquivados todas as mais importantes realizações da CML, que assim terá o seu arquivo cinematográfico”, foi dirigida por muitos anos pelo arquitecto Mateus Júnior e por José Espinho, tendo organizado a sua primeira sessão pública em Junho de 1949, três meses após a sua criação. Em apenas três anos de actividade, esta secção produziu 20 filmes e organizou 1.381 sessões públicas (Pavilhão dos Despostos, Alvito, Quinta das Furnas e da Boa Vista, Feira Popular), às quais assistiram quase meio milhão de espectadores.

Para aumentar ainda mais a preocupação da censura e da polícia política, rapidamente os filmes de amadores portugueses começaram a circular internacionalmente. Ainda antes dos grandes certames da especialidade, os primeiros filmes portugueses a ser exibidos fora do país começaram a circular de uma forma informal, sempre que algum cineasta amador mais endinheirado o pudesse fazer. Em Abril de 1949, a revista Cinema de Amadores noticiava que o cineasta amador Alberto Schmidt esteve em digressão pela Suíça e “não quis perder a oportunidade de levar consigo alguns filmes de autores portugueses [do próprio Schmidt, Celestino Teixeira, Luís Mateus, Álvaro Antunes e Carlos Tudela], que fez exibir naquele país amigo, perante praticantes e entidades conhecedoras do assunto”. Em Agosto de 1950, Portugal estaria representado no XII Concurso Internacional de Cinema de Amadores organizado pela UNICA, que se realizaria no Luxemburgo.

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Apostados numa lógica de internacionalização, muito ligada à expansão do sector do turismo, em 1952 é organizado em Portugal o primeiro festival internacional do filme amador, no Estoril. Promovido pela Sociedade de Propaganda da Costa do Sol e pelo Clube Português de Cinema de Amadores, esta primeira edição seria um fracasso nos seus intentos porque só apresentaram filmes a concurso de cineastas portugueses. Dois anos depois, em 1954, Portugal acolheria os importantes XVI Concurso e XIII Congresso Internacional da UNICA, numa organização local do Clube Português de Cinema de Amadores que contaria com o apoio do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do SNI.

Para além da produção, o cinema de amadores também era um importante circuito de exibição alternativo, nomeadamente caseiro. Entre filmes para aluguer ou venda, só o catálogo da Pathé Baby Portugal disponibilizava mais de 30 mil títulos, divididos entre as categorias “Mudos” (vários filmes protagonizados por Charlot), “Sonoros” (vários títulos da Betty Boop), “Actualidades”, “Cómicos” e “Desenhos Animados” (vários títulos do Mickey e Popeye), disponíveis na sede da empresa em Lisboa e na filial portuense.

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A 6 de Julho de 1946, a abertura de uma sala especializada em cinema de formato reduzido, a Sala Pathé Baby, propriedade da Pathé Baby Portugal, foi outro momento importante para credibilizar ainda mais o cinema de amadores, ainda mais com sessões semanais de entrada livre, um veículo fundamental de divulgação de filmes amadores de produção nacional e particularmente da região Norte.

A criação, em 1958, da Secção de Cinema Experimental do Cineclube do Porto significou uma mudança de rumo no fenómeno cinematográfico amador em Portugal. Nos meses e anos seguintes, outros cineclubes seguiriam este exemplo, criando as suas próprias secções de cinema experimental: Centro de Cultura Cinematográfica de Beja, Centro de Estudos Cinematográficos de Coimbra, Cine-Clube de Setúbal, Cine-Clube de Rio Maior e Cine-Clube de Estremoz, só para citar alguns dos casos mais activos. No entanto, apesar de fazer uso da designação de experimental, a produção da generalidade destas secções era muito variada.

A história do cinema de amadores em Portugal ficaria marcado, entre outros, por um caso de particular sucesso, António Campos. Primeiro com uma Pathé de 9,5mm e depois com uma Payard de 8mm, Campos iniciou as suas primeiras experiências cinematográficas com pequenos filmes familiares e alguns registos de peças teatrais ou festas populares. No meio cultural leiriense, onde era evidente “uma forte consciência política de oposição ao regime salazarista”, aproximou-se de tertúlias culturais, do grupo de teatro amador de Miguel Joaquim Leitão e das actividades do Ateneu Comercial e do Cineclube de Leiria.

O primeiro filme foi um pequeno ensaio experimental intitulado Rio Lis (1957)(8mm), logo seguido por Um Tesoiro (1958)(8mm, 14’), filme de ficção interpretado por actores amadores e adaptado do conto homónimo de Loureiro Botas que foi premiado nos certames amadores de Carcassone (1958) e Paris (1960). A terceira obra foi O Senhor (1959)(8mm, 15’), um filme de ficção interpretado por actores amadores e adaptado do conto homónimo de Miguel Torga, premiado novamente em Carcassone (1959) e no Concurso Nacional do Clube Português de Cinema de Amadores na categoria de Enredo (1960).

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Paulo Cunha

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