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Aquaparque (2018) de Ana Moreira
Curtas Vila do Conde, Festivais 0

Curtas Vila do Conde 2018: antevisão

De João Araújo · Em Julho 13, 2018

É já neste próximo sábado que tem início o festival de verão para os cinéfilos portugueses: a 26º edição do Curtas Vila do Conde decorre de 14 a 22 de Julho. A identidade do festival mantém-se fiel ao modelo das últimas edições, com a programação à volta dos habituais “pilares”: a secção da Da Curta à Longa, com a exibição em ante-estreia de 4 filmes de autores ligados ao festival; a Competição Nacional e a Competição Internacional, que apresentam uma mostra do melhor do que se faz a nível nacional e internacional em curtas-metragens; o In Focus, este ano dedicado à obra do cineasta israelita Nadav Lapid, vencedor há dois anos do Grande Prémio da Competição Internacional com a curta-metragem From the Diary of a Wedding Photographer (2016), e que terá aqui direito a uma retrospectiva alargada e um debate sobre a obra do realizador, que contará com a presença do realizador; e o programa Stereo, encontro entre o cinema e a música, através de filmes-concertos, concertos com live video e uma competição de vídeos musicais.

Diamantino (2018) de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt

Diamantino (2018) de Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt

O primeiro grande destaque vai para a secção Da Curta à Longa, precisamente para a sessão de abertura do festival, com a exibição de Diamantino (2018) [sábado dia 14, 18h], o novo filme da dupla Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt e vencedor do Prémio da Semana da Crítica na última edição do Festival de Cannes. Com Carloto Cotta no papel de uma estrela do futebol mundial que fracassa em final de carreira, este promete ser um retrato delirante que se aproxima do humor, entre o corrosivo, irreverente e nonsense, que tem marcado os filmes anteriores de Gabriel Abrantes, como Uma Breve História da Princesa X (2016) e Os Humores Artificiais (2016), curta-metragem pela qual recebeu o prémio para melhor realização no ano passado. Também de Cannes chega o novo filme de Yann Gonzalez, outro dos autores que o festival tem acompanhado ao longo dos anos. Un couteau dans le coeur (2018) [terça dia 17, 23h00] narra a história de Anne (Vanessa Paradis), produtora de filmes porno de série B nos anos 70 em Paris, a meio caminho entre o erótico e o policial. Um realizador que alterna entre as obras de ficção e os vídeos musicais, Romain Gavras teve já honras de destaque na edição de 2011, com a exibição da sua primeira longa-metragem, Notre Jour Viendra (O Dia Chegará, 2010). O realizador regressa agora ao Curtas com Le monde est à toi (2018) [domingo dia 15, 21h30], uma comédia irreverente e imprevisível sobre as dinâmicas familiares e as inseguranças masculinas, que fez parte este ano da seleção oficial da Quinzena de Realizadores em Cannes, e que conta com interpretações de Vincent Cassel e Isabelle Adjani. Guy Maddin, cineasta com uma extensa e prestigiada obra que tem sido acompanhada pelo Curtas, surge aqui com uma nova exploração da linguagem cinematográfica que lhe é característica, acompanhado por Evan Johnson e Galen Johnson na realização. The Green Fog (2018) [sábado dia 21, 23h30] é uma  homenagem dupla, à cidade de San Francisco e ao filme Vertigo (A Mulher Que Viveu Duas Vezes, 1958), um verdadeiro rebuçado cinemático. Recorrendo a variadas imagens da cidade californiana de outras obras conhecidas e de outras mais obscuras, o filme apresenta uma re-interpretação e re-imaginação da obra-prima de Alfred Hitchcock, como um eco dessa história e de outras semelhantes.

A competição nacional volta a estar no centro das atenções, com a apresentação em estreia de várias curtas que permitem acompanhar a qualidade da produção nacional, que tantos prémios tem conquistado internacionalmente, e descobrir novos talentos emergentes e confirmar novas certezas. Destaque desde logo para a aguardada estreia da actriz Ana Moreira na realização, com Aquaparque (2018); para os regressos de Ivo M. Ferreira, depois de Cartas da Guerra (2016), com Equinócio (2018); de João Viana com Madness (2018), depois de ter conquistado este ano o prémio do IndieLisboa para melhor Melhor Longa Metragem Portuguesa com Our Madness (2018), filme estreado no último Festival de Berlim e tangente a esta curta. Depois da estreia mundial na última edição da Berlinale, o realizador David Pinheiro Vicente apresenta Onde o Verão Vai (Episódios da Juventude) (2018), e já com exibição assegurada na próxima edição do festival de Locarno, esta será uma oportunidade para ver, em primeira mão, 3 Anos Depois (2018) de Marco Amaral, autor que regressa ao Curtas depois de ter deixado boa impressão com Outono (2014).

Aquaparque (2018) de Ana Moreira

Aquaparque (2018) de Ana Moreira

Esta promete ser uma edição promissora para a animação nacional, com os novos filmes de autores premiados anteriormente: é o caso de Entre Sombras (2018), da dupla Mónica Santos e Alice Eça Guimarães, que com Amélia & Duarte (2015) venceu 2 prémios no festival; de Agouro (2018) da dupla David Doutel e Vasco Sá, vencedora do prémio melhor realização com Fuligem (2014); de À Tona (2018) de Filipe Abranches, que regressa ao festival depois de “Chatear-me-ia Morrer Tão Joveeeeem…” (2016). Depois de duas participações na competição de vídeos musicais, com videoclips de Linda Martini e Moullinex, Bruno Ferreira está de regresso ao Curtas, com Pas de Confettis (2018), e depois de Pé na Terra (2006), este é também um regresso para João Vladimiro, com Anteu (2018). Esta edição do Curtas conta com outros nomes habituais, que já deixaram a sua marca no festival, como Rodrigo Areias, que apresenta Pixel Frio (2018), Eduardo Brito que estreia Declive (2018) depois de Penúmbria (2016), Mónica Baptista com Água Forte (2018) e Miguel Fonseca com Sara F. (2018). Por último, os nomes que se estreiam em competição no Curtas: Placenta (2018) de Paulo Lima, Nevoeiro (2018) de Daniel Veloso e Sheila (2018) de Gonçalo Loureiro. Uma nota para a sessão do Panorama Nacional [segunda-feira dia 16, 20h], onde serão exibidos filmes com percursos notáveis noutros festivais: Russa (2018) de João Salaviza e Ricardo Alves Jr., filmado no bairro do Aleixo no Porto; Os Mortos (2018) de Gonçalo Robalo, prémio de Melhor Curta no último Indielisboa; e Anjo (2018), a estreia do actor Miguel Nunes na realização.  

A música nacional estará em destaque este ano no programa Stereo, que apresenta logo no primeiro dia do festival, os Black Bombaim. O trio português de rock psicadélico abre a secção com uma colaboração com o percussionista e escultor sonoro João Pais Filipe para Dragonflies with Birds and Snake (2011), do realizador alemão Wolfgang Lehmann, por várias vezes presente na competição experimental do Curtas. Ao registo experimental da longa-metragem acresce ainda a improvisação ao vivo no plano sonoro, sobre uma base composta e ensaiada, que é já uma característica da banda. Os Linda Martini terão o desafio de compor para La Coquille et le Clergyman (1928), filme surrealista da vanguarda francesa dos anos 20, realizado por Germaine Dulac, numa performance ao vivo, apresentada no dia 21, sábado. Dados à experimentação musical, os filmes de Buster Keaton voltam a ser motivo de criação no festival. Desta feita é B Fachada quem ficará responsável pela criação e interpretação musical originais para a obra do realizador e ator norte-americano, no caso, The Cameraman (1928), co-realizado por Edward Sedgwick [sexta, dia 20].

La Persistente (2018) de Camille Lugan

La Persistente (2018) de Camille Lugan

A Competição Internacional é talvez o lado mais importante do Festival, que funciona ao mesmo tempo como cartão de visita e chamariz principal para os que se deslocam até Vila do Conde. Destacamos 11 filmes como forma de sugestões, mesmo deixando de fora alguns dos nomes mais conhecidos do festival (como Bertrand Mandico, Antonin Peretjatko, Deborah Stratman, Ben Rivers e Ben Russel):

  • La Persistente (2018) de Camille Lugan: uma história da ligação inseparável e da relação de fidelidade entre um homem e a sua mota é o pretexto para uma aventura pouco convencional pelos caminhos incertos de um objecto surreal e sensorial, sobre o trilho do desejo e da possessão, reminiscente dos filmes de David Lynch mas perversamente original;
  • Negah (Gaze) (2017) de Farnoosh Samadi: do Irão chega este retrato do medo e desamparo silencioso sentido todos os dias, que começa com um olhar desviado e com um dilema moral, e transforma-se numa examinação do desequilíbrio entre géneros numa sociedade conservadora;
  • Tariki (2018) de Saeed Jafarian: também do Irão chega um filme tenso, que conhece várias metamorfoses, em permanente estado de mutação, espelho das complexidades de um país com várias caras, sobre uma rapariga que parte à procura da namorada desaparecida;
  • Fry Day (2017) de Laura Moss: retrato agridoce de um dia que eventualmente se dissipará na história, mas que para uma rapariga ficará para sempre na memória – algures na Florida, uma multidão junta-se para celebrar a execução de Ted Bundy, e uma jovem aproveita-se engenhosamente para tirar retratos e assim ganhar algum dinheiro;
  • Cops are Actors (2017) de Tova Mozard: quatro polícias, também actores, e o jogo performativo do exercício da autoridade. Num cenário montanhoso e desertificado de Los Angeles, quatro homens que dividem a vida entre o “ser polícia” e o “representar o polícia” ensaiam, tal qual num guião, as palavras de ordem;
  • Nutsigassat (Translations) (2018) de Tinne Renner: em Nuuk, Gronelândia, nunca foram assumidas pelos seus habitantes as novas toponímias dinamarquesas, atribuídas sem qualquer relação com a cultura, história e geografia locais… estes são registos de um processo de colonização e de assimilação cultural através da linguagem, mas também de transformação das paisagens;
  • Third Kind (2018) de Yorgos Zois: o nosso planeta foi abandonado há muito tempo e a humanidade encontrou refúgio no espaço. Três arqueólogos regressam à Terra para investigar a origem de um misterioso sinal sonoro constituído por uma sequência de cinco tons estranhos;
  • Ce magnifique gâteau! (2018) de Emma De Swaef e Marc James Roels: animação ambiciosa e épica de uma antologia que decorre em colónias africanas durante o século XIX. Numa amálgama de narrativas, viagens pessoais de causas perdidas misturam-se com vestígios de colonialismo;
  • Death Of The Sound Man (2017) de Sorayos Prapapan: divertida elegia a uma das funções esquecidas do cinema – dois operadores de som recolhem de forma imaginativa, em estúdio e pela cidade, sons para serem usados num filme no qual estão a trabalhar. Será que alguém se interessa pelo que têm a dizer?
  • Khamastashar (Quinze) (2017) de Sameh Alaa: do Egipto mas próximo do cinema social belga dos Dardenne, chega esta composição delicada – pelo caótico e barulhento tráfego do Cairo, com um bebé ao colo, um rapaz atravessa a estrada e atravessa a cidade;
  • Meninas Formicida (2017) de João Paulo Miranda Maria: do realizador de um dos melhores filmes da edição de 2016, A Moça que Dançou com o Diabo (2016), este filme volta a apresentar uma pequena comunidade do interior do Brasil e uma jovem adolescente que tem de lidar com as vicissitudes de uma sociedade sexista e religiosa, extremamente intolerante e conservadora, que explora, oprime e reprime quem não segue as regras estabelecidas.

Além dos já referidos motivos, não faltam outros aliciantes que justifiquem uma visita a Vila do Conde na próxima semana: a competição experimental, programa que permite acompanhar as mais arrojadas e inovativas formas do cinema; a secção Take One!, com filmes de escola, onde despontam novos talentos; os diversos panoramas europeus; a exposição “New Spain” na Solar Galeria de Arte Cinemática; as sessões para os mais novos, e as estreias dos novos filmes de Miguel Clara Vasconcelos e Eugène Green, em sessões especiais. A programação completa pode ser consultada neste link.

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