• Homepage
    • Quem Somos
    • Colaboradores
  • Dossier
    • Raoul Walsh, Herói Esquecido
    • Os Filhos de Bénard
    • Na Presença dos Palhaços
    • E elas criaram cinema
    • Hollywood Clássica: Outros Heróis
    • Godard, Livro Aberto
    • 5 Sentidos (+ 1)
    • Amizade (com Estado da Arte)
    • Fotograma, Meu Amor
  • Críticas
    • Cinema em Casa
    • Em Sala
    • Noutras Salas
    • Raridades
    • Recuperados
    • Sem Sala
  • Em Foco
    • Divulgação
    • In Memoriam
    • Melhores do Ano
    • Palatorium Walshiano
    • Passatempos
    • Recortes do Cinema
    • Se Confinado Um Espectador
  • Crónicas
    • Filmes nas aulas, filmes nas mãos
    • Nos Confins do Cinema
    • Recordações da casa de Alpendre
    • Se Confinado Um Espectador
    • Week-End
    • Arquivo
      • Civic TV
      • Constelações Fílmicas
      • Contos do Arquivo
      • Ecstasy of Gold
      • Em Série
      • «Entre Parêntesis»
      • Ficheiros Secretos do Cinema Português
      • Filmado Tangente
      • I WISH I HAD SOMEONE ELSE’S FACE
      • O Movimento Perpétuo
      • Raccords do Algoritmo
      • Ramalhetes
      • Retratos de Projecção
      • Simulacros
      • Sometimes I Wish We Were an Eagle
  • Contra-campo
    • Caderneta de Cromos
    • Comprimidos Cinéfilos
    • Conversas à Pala
    • Estados Gerais
    • Filme Falado
    • Filmes Fetiche
    • Sopa de Planos
    • Steal a Still
    • Vai~e~Vem
    • Arquivo
      • Estado da Arte
      • Cadáver Esquisito
      • Actualidades
  • Entrevistas
  • Festivais
    • Córtex
    • Curtas Vila do Conde
    • DocLisboa
    • Doc’s Kingdom
    • FEST
    • Festa do Cinema Chinês
    • FESTin
    • Festival de Cinema Argentino
    • Frames Portuguese Film Festival
    • Harvard na Gulbenkian
    • IndieLisboa
    • LEFFEST
    • MONSTRA
    • MOTELx
    • New Horizons
    • Olhares do Mediterrâneo – Cinema no Feminino
    • Panorama
    • Porto/Post/Doc
    • QueerLisboa
  • Acção!
À pala de Walsh
Lady Bird (2017) de Greta Gerwig
Críticas, Em Sala 2

Lady Bird (2017) de Greta Gerwig

De João Lameira · Em Março 7, 2018

Se há pouco tempo escrevia sobre a importância de Greta Gerwig na recente filmografia de Noah Baumbach, concretamente sobre a falta da actriz, argumentista e agora realizadora em The Meyerowitz Stories (New and Selected) [2017], espanto-me agora ao também sentir a ausência do gosto do absurdo e de uma certa vivacidade cinéfila dele na primeira longa-metragem dela.

Lady Bird (2017) de Greta Gerwig

Como previsto, Lady Bird (2017) é uma comédia agridoce, que se desenrasca com razoável facilidade no já conhecido número de equilíbrio entre momentos de desespero ou tristeza e outros de irrisão e humor às vezes a roçar o burlesco. Demonstra igualmente aquela subtileza característica do cinema independente norte-americano quando trata dos problemas e desventuras de indivíduos em fase de crescimento. Desse modo, não só as origens de Greta Gerwig, que se formou no movimento Mumblecore ao lado dos irmãos Duplass e de Joe Swanberg, estão bem presentes nesta sua estreia na realização, como o próprio tema parece ser o mais adequado. 

 Não me lembro de outro filme que mostre tão bem como a fronteira entre os miúdos cool e os outros se traça na linha do caminho-de-ferro, símbolo eterno da mal disfarçada diferença de classes. 

Para mais, por muito que Gerwig o tente desmentir, o filme é uma autobiografia pouco velada. Ambas, personagem e realizadora, são de Sacramento e têm o sonho de fugir para Nova Iorque, para poderem ser artistas longe daquele meio pequeno e claustrofóbico (que, apesar de tudo, adoram documentar). Ambas estudaram num colégio católico, ambas têm mães enfermeiras, e por aí fora. De resto, Lady Bird é um period piece. A acção decorre em 2002, ano da segunda invasão do Iraque pelos EUA, as memórias do 11 de Setembro ainda bem frescas, quando personagem e realizadora tinham exactamente a mesma idade. 

Contudo, malgrado estas semelhanças, as qualidades de Greta Gerwig enquanto actriz (uma das personas mais corajosas e violentamente divertidas do cinema actual) não se traduzem na realização, genérica, anónima, a percorrer caminhos trilhados incontáveis vezes por gente menos talentosa, nem, ainda mais surpreendentemente, na escrita, árida, para não escrever insípida. Lady Bird seria diferente se Gerwig interpretasse um dos papéis? Talvez, mas a culpa não é de Saoirse Ronan, descobrindo-se sem medo no papel titular (poucas actrizes se permitiriam aparecer no ecrã sem maquilhagem, o acne bem à mostra), e muito menos da fabulosa Laurie Metcalf, a mãe permanentemente cansada e agreste, uma palavra azeda sempre na ponta da língua. Se mais nada, pode-se, pelo menos, elogiar a direcção de actores de Gerwig. 

Mas há mais. Um motivo meio inesperado envolve todo o filme: o dinheiro. Não me lembro de outro filme de adolescentes que mostre tão bem como a fronteira entre os miúdos cool e os outros se traça na linha do caminho-de-ferro, símbolo eterno da mal disfarçada diferença de classes nos centros urbanos norte-americanos. Não é só um toque de realismo – que Greta Gerwig procura abertamente.  Não há diálogos espirituosos a cada curva, nem personagens grotescas (todas têm lá as suas razões). E a extravagância esconde sobretudo inseguranças e acrescenta (revela, porventura) uma amargura e um rancor a um filme aparentemente liso. Faço esta ressalva também para me acautelar. Não é completamente improvável que Lady Bird melhore com visões futuras. Por ora, deixa muito a desejar. E levanta várias dúvidas sobre a realizadora Greta Gerwig.

Partilhar isto:

  • Twitter
  • Facebook
2010'sGreta GerwigJay DuplassJoe SwanbergLaurie MetcalfMark DuplassNoah BaumbachSaoirse Ronan

João Lameira

"Damn your eyes!"

Artigos relacionados

  • Cinema em Casa

    “Rio Corgo”: western à portuguesa

  • Críticas

    “Clueless”: a miúda que adoramos adorar

  • Cinema em Casa

    “Waves”: a tempestade e o sol

2 Comentários

  • Palatorium walshiano: de 12 de Fevereiro a 8 de Março | À pala de Walsh diz: Março 8, 2018 em 8:43 pm

    […] passadas desde o último concílio de palas e há que assinalar algumas novidades: o indie fofinho Lady Bird (2017) de Greta Gerwig, o tua fofinho Ramiro (2017) de Manuel Mozos, o árido Todas as Cartas de […]

    Inicie a sessão para responder
  • Palatorium walshiano: de 8 de Março a 8 de Abril | À pala de Walsh diz: Abril 9, 2018 em 11:38 am

    […] Wailing, 2016) de Na Hong-ji. Continuam em exibição, o indie fofinho Lady Bird (2017) de Greta Gerwig, o tuga fofinho Ramiro (2017) de Manuel Mozos, o ideológico The 15:17 […]

    Inicie a sessão para responder
  • Deixe uma resposta Cancelar resposta

    Tem de iniciar a sessão para publicar um comentário.

    Últimas

    • What’s in a frame

      Abril 12, 2021
    • O (des)conforto do espectador solitário

      Abril 11, 2021
    • Fragmentos de um discurso incestuoso

      Abril 10, 2021
    • Sobre uma imagem adormecida

      Abril 8, 2021
    • Vai~e~Vem #33: em hora de ponta, o prazer

      Abril 7, 2021
    • Vislumbrando um gesto (in)visível no plano final de “No Home Movie”

      Abril 5, 2021
    • Meus presentes de outubro: os filmes de Manoel de Oliveira

      Abril 4, 2021
    • 23 Clichy Boulevard – breve passagem por Brisseau

      Abril 3, 2021
    • Um caso de ‘verdade à primeira vista’: o raio-X de carne e espírito a Scarlett O’Hara na escadaria da vida

      Abril 1, 2021
    • Fotografando “Rear Window”

      Março 31, 2021

    Goste de nós no Facebook

    • Quem Somos
    • Colaboradores
    • Newsletter

    À Pala de Walsh

    No À pala de Walsh, cometemos a imprudência dos que esculpem sobre teatro e pintam sobre literatura. Escrevemos sobre cinema.

    Críticas a filmes, crónicas, entrevistas e (outras) brincadeiras cinéfilas.

    apaladewalsh@gmail.com

    Últimas

    • What’s in a frame

      Abril 12, 2021
    • O (des)conforto do espectador solitário

      Abril 11, 2021
    • Fragmentos de um discurso incestuoso

      Abril 10, 2021
    • Sobre uma imagem adormecida

      Abril 8, 2021
    • Vai~e~Vem #33: em hora de ponta, o prazer

      Abril 7, 2021

    Etiquetas

    2010's Alfred Hitchcock Clint Eastwood François Truffaut Fritz Lang Jean-Luc Godard John Ford João César Monteiro Manoel de Oliveira Martin Scorsese Orson Welles Pedro Costa Robert Bresson Roberto Rossellini

    Categorias

    Arquivo

    Pesquisar

    © 2020 À pala de Walsh. Todos os direitos reservados.