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À pala de Walsh
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IndieLisboa 2014: as mãos de Grace Kelly e o Novo Testamento lido por Luís Miguel Cintra

De À pala de Walsh · Em Abril 28, 2014

Ricardo Gross (RG), João Lameira (JL) e Luís Mendonça (LM) prosseguem a cobertura À pala de Walsh do IndieLisboa. Escreve-se sobre a Competição Internacional e Nacional, assim como algumas sessões especiais, incluindo Centro Histórico (2012) e Dial M for Murder (1954) em 3D.

Historia del Miedo (2014) de Benjamin Naishtat

Historia del Miedo (2014) de Benjamin Naishtat

Benjamin Naishtat como que quis dar a resposta argentina a O Som ao Redor (2012) de Kleber Mendonça Filho: filma uma comunidade que se fecha das ameaças exteriores e é ainda assim permeável ao medo, que surge sobretudo de dentro (e das imagens da televisão). E também vai buscar aqui e ali uns pozinhos ao Terror – por vezes, dá ideia de que se está assistir a um filme de zombies ou que aquele meteorito (ou aquele helicóptero que sobrevoa os arrabaldes de Buenos Aires ao início) trouxe algum corpo estranho alienígena, que explicará os comportamentos cada vez mais esdrúxulos das personagens. Falta-lhe, contudo, o rigor do brasileiro e a ascendência de John Carpenter. Naishtat vai montando vinhetas, pequenos sketches mais ou menos absurdos, aparentemente desligados uns dos outros, fios narrativos que juntarão ao caudal principal na sequência final, inexplicavelmente aterradora, que é, de resto, o melhor de Historia del Miedo e a sua razão de existência. Pena que a primeira hora sirva tão-só de preâmbulo. (JL)

Historia del Miedo (Competição Internacional) será exibido dia 28 de Abril (hoje), às 21h30, na Culturgest; e no dia 1 de Maio (quinta-feira), às 16h45, no Cinema Campo Pequeno.

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Dial M for Murder 3D (Chamada para a Morte, 1954) de Alfred Hitchcock

Foi como redescobrir duas coisas ao mesmo tempo: o clássico intocável de Alfred Hitchcock, um dos melhores exemplares de staged cinema da história do cinema, e o potencial que o 3D tem de reformular a nossa relação com o espaço no ecrã. Estas duas redescobertas casaram-se na perfeição, na medida em que a segunda serve poderosamente a primeira. A tridimensionalidade traz aos objectos e ao décor toda uma dimensão dramática que estava adormecida na versão 2D. Todos os minutos iniciais no apartamento-mundo do filme são uma prodigiosa demonstração daquilo que Béla Balázs, nos anos 20-30, definia como a “fisionomia dos objectos”, isto é, a sua presença corporal tão afirmativa quanto a dos actores. E, neste caso, os objectos, estrategicamente colocados em cada quadro, escondem desde o começo toda a tessitura narrativa do filme. Vemos as personagens a conversar em segundo plano, “afirmando-se” em primeiro plano um candeeiro ou outra peça de mobiliário que parece activamente “ocultar” as personagens do nosso olhar, da mesma maneira que as suas palavras escondem uma teia narrativa que está, sem dúvida, entre as mais brilhantemente urdidas pelo cinema de Hitchcock. Lançamos a mão no vazio e sentimos tocar no balão com o brandy, nas chaves, na carta maldita, no telefone, na meia, na tesoura nas mãOS DE GRACE KELLY QUE PARECEM SAIR DO ECRÃ, BUSCANDO AJUDA JUNTO DE NÓS, PLATEIA DE CÚMPLICES-VOYEURS DOS EFEITOS DESTA CHAMADA PARA A MORTE. (LM)

Dial M for Murder (Director’s Cut) será reexibido dia 29 (amanhã), às 16h30, no Cinema City Campo Pequeno, e dia 2 de Maio (sexta-feira), às 23h50, no mesmo cinema.

Mambo Cool (2013) de Chris Gude

Mambo Cool (2013) de Chris Gude

Já que ando à cata de semelhanças, Mambo Cool traz à lembrança, com as devidas distâncias, os filmes das Fontaínhas de Pedro Costa, assim como o gosto pelo absurdo da obra de Jim Jarmusch e Aki Kaurismäki. O cenário é um bairro pobre da Colômbia, onde prostitutas, dançarinos de salsa e toxicodependentes se encontram para trocar diálogos crípticos e/ou despropositados e histórias não menos disparatadas, como a do homem que se tornou amigo de um gorila que comprou (e, pelo que se percebe, é de peluche). Chris Gude compraz-se em filmar mãos – a preparar droga ou a dividir dinheiro -, rostos – a fumar, a beber, a escutar – e espaços vazios (em planos às vezes inclinados), enquanto na banda sonora se ouve uma boa salsa ou mais uma conversa desconchavada. Há doenças sem cura e curas sem doença, ratazanas milagreiras e gorilas amigáveis, tolices que, talvez pela curta duração da obra, nunca cansam. Ao invés, Mambo Cool é um pequeno filme bastante aprazível, ainda que relativamente inconsequente. (JL)

Mambo Cool (Competição Internacional) será exibido dia 29 de Abril (amanhã), às 21h30, na Culturgest; e no dia 1 de Maio (quinta-feira), às 19h15, no Cinema Campo Pequeno.

Les Apaches (2013) de Thierry de Perretti

Les Apaches (2013) de Thierry de Perretti

Deste lote de filmes da Competição Internacional (e provavelmente de entre aqueles sobre os quais escrevi até agora), Les Apaches será aquele que assenta mais num enredo forte. É enganadora, por isso, a sequência inicial, que poderia ter saído de um documentário qualquer sobre uma família árabe responsável pela limpeza das vivendas nas quais os “franceses” passam férias na Córsega. Será nessa vivenda que decorrerá o primeiro “crime” – tal como num Bling Ring corso (não consigo parar de encontrar referências), adolescentes tomam conta de domicílio alheio, aproveitando para dar um banho na piscina e surripiar alguns bens. Contudo, ao contrário de Bling Ring, estas personagens não são privilegiadas, sub-cidadãos de uma província insular, em que os árabes estão no fundo da “cadeia alimentar”, mas em que os brancos não são franceses de pleno direito. Neste ambiente no qual a vida parece perder valor, o “crime” originará outro, sem aspas, porque bem mais grave e desnecessário, embora volte a dar razão a Tchékhov – quando uma arma aparece no primeiro acto, será disparada no último. O certo é que estes “índios” trazem uma maldição de que jamais se verão livres – a força do argumento é também a inevitabilidade desta fatalidade. (JL)

Les Apaches será exibido dia 30 de Abril (quarta-feira), às 19h00, na Culturgest; e no dia 2 de Maio (sexta-feira), às 19h00, no Cinema Campo Pequeno.

O Novo Testamento de Jesus Cristo Segundo João (2013) de Joaquim Pinto e Nuno Leonel

O Novo Testamento de Jesus Cristo Segundo João (2013) de Joaquim Pinto e Nuno Leonel

Depois do (ou concorrentemente ao) sucesso de E Agora? Lembra-me (2013), a dupla Joaquim Pinto e Nuno Leonel decidiu fazer um documentário pascal, que chega ao cinema um pouco atrasado em relação à festa religiosa mas a tempo de servir de contraponto aos filmes bíblicos que por aí andam. A ideia é tão simples como feliz: pôr Luís Miguel Cintra a ler o Novo Testamento de Jesus Cristo Segundo João, na tradução de António Pereira de Figueiredo, um texto que soará bonito, pelo português arcaico, pela beleza das frases, a crentes como a não-crentes. Não se estranha a absoluta importância do som, não só por Joaquim Pinto ter feito carreira a trabalhá-lo, como pelo que já se (ou)vira em E Agora? Lembra-me, em que o espectador era levado (transportado) pela voz de Pinto (e, já agora, por se poder contar com a belíssima e “interpretativa” voz de Cintra). As imagens das serras, do actor a ler o Evangelho, dos realizadores a ouvi-lo e a gravá-lo não serão porventura dispensáveis, antes acessórias. Como no mal-amado Branca de Neve (2000) de João César Monteiro (realizador que Joaquim Pinto chegou a produzir), há até momentos a negro, sem mais nada, demonstrando que a Palavra também é Cinema. Em verdade, em verdade vos digo que aqui está um belo e singelo filme. (JL)

O Novo Testamento de Jesus Cristo Segundo João (Competição Nacional e Observatório) será exibido dia 30 de Abril (quarta-feira), às 21h30, na Culturgest; e no dia 3 de Maio (sábado), às 14h30, no mesmo cinema

Obvious Child (2014) de Gillian Robespierre

Obvious Child mostra aquilo que se obtém ao aplicar as convenções da comédia romântica a um episódio da série Girls, da HBO. É até possível que alguns dos actores deste filme tenham participado já na bem-sucedida criação de Lena Dunham, sendo natural, após o êxito das primeiras três temporadas, que desse origem a sucedâneos no cinema. O resultado é “tipo” simpático mas também “tipo” esquecível no momento em que as luzes se acendem. A história da jovem adulta que trabalha numa livraria, que em algumas noites faz o seu espectáculo de stand-up comedy num pequeno bar do bairro de Williamsburg (Brooklyn), traída e largada pelo Mr. Wrong para pouco tempo depois descobrir estar grávida daquele que ela não percebe tratar-se do Mr. Right, com quem dera cambalhota de uma noite só, não podia ser mais esquemática sinopse, e isso paga-se com a mesma bonomia que sorri e passa à frente. (RG)

Obvious Child (Cinema Emergente) voltará a ser exibido no dia 3 de Maio (sábado) às 16h00, no Cinema São Jorge.

Centro Histórico (2012) de Aki Kaurismäki, Pedro Costa, Victor Erice, Manoel de Oliveira

Centro Histórico (2012) de Aki Kaurismäki, Pedro Costa, Victor Erice e Manoel de Oliveira

O público lisboeta pôde finalmente descobrir os filmes encomendados por Guimarães: Capital Europeia da Cultura 2012 a quatro realizadores muito distintos: dois portugueses, um basco e outro finlandês. A curiosidade foi aumentando à medida que chegavam ecos positivos da exibição deste programa noutras partes do mundo, com enfoque na curta-metragem de Pedro Costa, Sweet Exorcist, elogiada por exemplo pelos norte-americanos Jonathan Rosenbaum e Richard Brody (New Yorker). Tanta expectativa deu lugar a equivalente desilusão. A curta de Aki Kaurismäki não se distingue dos seus pequenos filmes que surgem como “extras” à obra principal – onde o fulgor é outro e o tempo para lhe dar forma também. Victor Erice regista pelo seu lado as memórias de ex-operários da indústria têxtil, engrandecidos de humanidade pela objectiva do realizador. Oliveira coreografa uma anedota em torno da fruição ordenada e estéril que os turistas emprestam aos lugares onde passam. Pedro Costa constrói uma alegoria assombrada por um soldado bronzeficado e possuído por vozes que se atropelam num discurso confuso sobre o período colonial, que parece ecoar a expressão catatónica de Ventura, imigrante cabo-verdiano que reconhecemos de Juventude em Marcha (2006).

A reunião dos quatro filmes desfavorece-os a todos. Pensar cada um em separado desfavorece sobretudo os dois portugueses. (RG)

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Educação Sentimental (2013) de Júlio Bressane

Face ao trailer fascinante e a umas leituras algo oblíquas, antevi assim o mais recente filme de Júlio Bressane: “Este filme – como, porventura, toda a obra de Bressane – deverá resistir mal à mera sinopse, mas o que parece que nele se conta é a história mito-poética de um amor improvável entre Áurea, uma professora apaixonada pelas palavras e o pensamento, e Áureo, nos antípodas, um rapaz… cuja sensibilidade é o obsceno. Aventura fílmica no horizonte”. Acho que acertei em cheio. A sinopse resiste mal, porque todo o filme é uma mise en scène de dois amantes: uma mulher de discurso gongórico, cultura universal e intemporal, e um jovem cuja sede de conhecimento é proporcional ao seu desejo carnal pela mulher. Ou seja, Educação Sentimental (Observatório) é um filme cuja principal riqueza está no verbo, nas ideias que a professora didacticamente debita, mas que, insolitamente, se vão transformando numa volúpia que culmina, como um orgasmo, nas suas espantosas interpretações de danças esotéricas. Por um estranho erotismo da palavra e da cultura – este é o grande programa didáctico deste “museu das sensibilidades perdidas”, onde “o obsceno é a sensibilidade” e vice-versa. E depois é, de facto, uma aventura fílmica, dominada por retroversões primitivas dos movimentos e das lágrimas, efeitos íris magníficos provocados por cartões pretos que eclipsam as imagens do filme no filme, a película como objecto-fetiche que se intromete com a matéria da imagem, dissolves da lua e dos corpos que fazem dançar a primeira em torno dos segundos… Um gestus fílmico quasi-cocteauniano e uma palavra posta em cena com alguns golpes do sublime e do ridículo (ou do ridículo sublime) de um César Monteiro. (LM)

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