• Homepage
    • Quem Somos
    • Colaboradores
    • NEWSLETTER
  • Dossier
    • Raoul Walsh, Herói Esquecido
    • Os Filhos de Bénard
    • Na Presença dos Palhaços
    • E elas criaram cinema
    • Hollywood Clássica: Outros Heróis
    • Godard, Livro Aberto
  • Críticas
    • Cinema em Casa
    • Em Sala
    • Noutras Salas
    • Raridades
    • Recuperados
    • Sem Sala
  • Em Foco
    • Divulgação
    • In Memoriam
    • Melhores do Ano
    • Palatorium Walshiano
    • Passatempos
    • Recortes do Cinema
  • Crónicas
    • Ficheiros Secretos do Cinema Português
    • Raccords do Algoritmo
    • Week-End
    • Arquivo
      • Civic TV
      • Constelações Fílmicas
      • Contos do Arquivo
      • Ecstasy of Gold
      • Em Série
      • «Entre Parêntesis»
      • Filmado Tangente
      • I WISH I HAD SOMEONE ELSE’S FACE
      • O Movimento Perpétuo
      • Ramalhetes
      • Retratos de Projecção
      • Simulacros
      • Sometimes I Wish We Were an Eagle
  • Contra-campo
    • Caderneta de Cromos
    • Comprimidos Cinéfilos
    • Conversas à Pala
    • Estados Gerais
    • Filme Falado
    • Filmes Fetiche
    • Sopa de Planos
    • Steal a Still
    • Vai~e~Vem
    • Arquivo
      • Estado da Arte
      • Cadáver Esquisito
      • Actualidades
  • Entrevistas
  • Festivais
    • Córtex
    • Curtas Vila do Conde
    • DocLisboa
    • Doc’s Kingdom
    • FEST
    • Festa do Cinema Chinês
    • FESTin
    • Festival de Cinema Argentino
    • Frames Portuguese Film Festival
    • Harvard na Gulbenkian
    • IndieLisboa
    • LEFFEST
    • MONSTRA
    • MOTELx
    • New Horizons
    • Olhares do Mediterrâneo – Cinema no Feminino
    • Panorama
    • Porto/Post/Doc
    • QueerLisboa
  • Acção!
À pala de Walsh
Críticas, Em Sala 0

This is the End (2013) de Evan Goldberg e Seth Rogen

De João Lameira · Em Outubro 2, 2013


Já lá vão quatorze anos desde que Seth Rogen e James Franco se encontraram em Freaks and Geeks, a magnífica série de Paul Feig que Judd Apatow ajudou a criar. Já lá vão dez anos desde que Rogen e Jay Baruchel se despediram de Undeclared, a série que Apatow criou ele mesmo e não teve muito mais sucesso [e, não esquecer, lançou o melhor sósia de Heath Ledger, o inglês Charlie Hunnam, protagonista do recente e muito prazeroso Pacific Rim (Batalha do Pacífico, 2013) de Guillermo del Toro]. Já lá vão seis anos desde Superbad (Super Baldas, 2007), a obra-prima da comédia apatowniana (da qual Apatow é sobretudo um “agregador”, muito mais do que criador ou autor) realizada por Greg Mottola [autor dos também excelentes The Daytrippers (1996) e Adventureland (2010)], escrita pela dupla Seth Rogen-Evan Goldberg, amigos de infância, e protagonizada por Michael Cera e Jonah Hill. Data dessa altura a curta-metragem Jay and Seth vs. the Apocalypse (2007) [que pode ser vista no YouTube], escrita pela mesma dupla e protagonizada por Rogen e Baruchel, que se interpretam a eles mesmos.

Muito mudou desde aí: este tipo de comédia, de gente graúda a lutar por não crescer, que prefere fumar erva e fazer piadas homoeróticas em vez de enfrentar os problemas da idade adulta, vivendo num “clube para rapazes” que exclui qualquer membro do sexo feminino, a princípio marginal, tornou-se a norma no cinema americano [Ted (2012) é uma cópia malfeitona do “género”, por exemplo]; Seth Rogen volveu-se na mais improvável das estrelas de cinema e emagreceu; James Franco continuou magro e multiplicou-se por mil e um projectos (apetece escrever literalmente), tornando-se omnipresente – a outra estreia desta semana destacada pelo À pala de Walsh, Interior. Leather Bar. (2013) é interpretada e co-realizada por si; Jonah Hill quase ganhou um Óscar por Moneyball (Moneyball – Jogada de Risco, 2011) [e também emagreceu]; Michael Cera foi apurando a sua persona em papéis cada vez mais negros; e Jay Baruchel virou um secundário pouco reconhecível – entra em Million Dollar Baby (Million Dollar Baby – Sonhos Vencidos, 2004) de Clint Eastwood mas poucos se lembrarão dele. E, inevitavelmente, gerou-se uma onda de resistência ao sucesso de quase todos, que arrastou os restantes envolvidos. Hoje em dia não haverá muitos a confessarem o gosto por esta comédia e pelos seus intérpretes.

E assim surge This is the End (Isto é o Fim, 2013!), a ampliação da curta Jay and Seth vs. the Apocalypse, escrita e realizada por Rogen e Goldberg e protagonizada pelo primeiro, Baruchel, Franco, Hill, aos quais se juntam Danny McBride e Craig Robinson [que entraram para a famiglia em Pineapple Express (Alta Pedrada, 2008) de David Gordon Green]. Todos a interpretarem versões de si mesmos, num jogo entre verdade e representação, que vem desde Superbad (em que Hill e Cera se chamavam Seth e Evan) e aqui atinge um momento culminante, em que se (re)criam tensões privadas – a relação de amizade antiga entre os canadianos Seth Rogen e Jay Baruchel face aos novos amigos do primeiro, James Franco e Jonah Hiil, do qual o segundo tem ciúmes -, assim como as próprias personas dos actores – Franco, vaidoso e pretensioso, e Hill, melífluo e malévolo, são os mais corajosos, no sentido em que se deixam retratar piormente, mas a coroa de glória vai para o Michael Cera cocaínado e obnóxio (o perfeito contraste da sua imagem pública) num dos muitos cameos do filme – Paul Rudd, Martin Starr, Rihanna, Channing Tatum (a presença mais estranha, como “fiel amigo” de McBride) e Emma Watson (na figura da mulher que é “expulsa” do “clube de rapazes” quando estes não conseguem conter insinuações a uma possível ou provável violação da actriz inglesa), entre muitos outros, também comparecem.

Como escreve A.O. Scott na crítica do New York Times, This is the End é uma comédia apocalíptica para acabar de vez com a comédia apatowniana (reforço a ideia de que é no sentido de Apatow como guarda-chuva onde se abrigam todos estes comediantes/argumentistas/realizadores e não como influência). É o seu zénite, no qual se encontram todas as marcas da dita na forma mais pura: as piadas sexuais (o diálogo sobre masturbação entre Franco e McBride é um clássico); as interações pessoais entre os actores/personas muito baseada no improviso, no deixar a câmara correr, num stream of consciousness humorístico; as dores de crescimento que se confundem com as dores da amizade. O tema da amizade e do sacrifício, o fio condutor da filmografia da dupla Rogen-Goldberg, é elevado pelo contexto bíblico – num mundo pós-apocalíptico (não aquele que fica depois de uma catástrofe nuclear mas antes o resultado da vontade de Deus em finalizar a sua obra, um contexto estranhíssimo, se se for a pensar nisso), em que nenhum actor foi escolhido para ir para o Céu na hora do Julgamento Final (uma private joke bastante subtil), é a prova de amizade que salvará ou não os protagonistas (portanto, fala-se de coisas muito sérias e pessoais – e nunca tanto como neste filme – da maneira mais escamoteada possível).

Claro que isto significa que This is the End não adianta nada à comédia apatowiana (reitero que…), a não ser talvez um leve plágio à trilogia Cornetto de Edgar Wright, Simon Pegg e Nick Frost. Não tanto, como é óbvio, ao último tomo intitulado World’s End (2013), que, apesar de ter estreado depois, irá gerar confusões, mas ao primeiro, Shaun of the Dead (recuso-me a escrever o título português, 2004), que tratava mais ou menos das mesmas coisas no meio de um ataque de zombies com outra inteligência. No entanto, usando a medida mais justa para aferir a qualidade de uma comédia, This is the End faz rir. Ao mesmo tempo que deixa no espectador uma melacolia pelo que passou e não voltará mais. Pois, embora espere, como A.O. Scott, que esta gente comece a fazer outras coisas (muitos já fazem e muito já eles fazem), ficará sempre a saudade por este mundo que desaparece.

2010'sChanning TatumCraig RobinsonDanny McBrideEmma WatsonEvan GoldbergGreg MottolaJames FrancoJay BaruchelJonah HillJudd ApatowMichael CeraSeth Rogen
Partilhar Tweet

João Lameira

"Damn your eyes!"

Artigos relacionados

  • Cinema em Casa

    Cinema a Bold

  • Cinema em Casa

    “The Irishman”: a violência solene

  • Críticas

    “Tempo Comum”: o bago do loureiro

Sem Comentários

  • Interior. Leather Bar. (2013) de James Franco e Travis Mathews | À pala de Walsh diz: Outubro 2, 2013 em 10:23 am

    […] « Anterior / Seguinte » By Ricardo Vieira Lisboa / Outubro 2, 2013 / Críticas, Em Sala / Deixe o seu comentário […]

    Responder
  • Deixe uma resposta Cancelar resposta

    Últimas

    • Cinema a Bold

      Dezembro 10, 2019
    • “The Irishman”: a violência solene

      Dezembro 9, 2019
    • (Des)construção de fronteiras

      Dezembro 8, 2019
    • “Tempo Comum”: o bago do loureiro

      Dezembro 5, 2019
    • “Il sogno mio d’amore”: o Conservatório de Música como casa assombrada

      Dezembro 4, 2019
    • Porto/Post/Doc 2019: pela memória

      Dezembro 3, 2019
    • Caderneta de Cromos #4: Pedro Cinemaxunga

      Dezembro 2, 2019
    • “Ford v Ferrari”: o artesão contra a indústria

      Novembro 29, 2019
    • “La cabina”: cinema como entomologia

      Novembro 28, 2019
    • “Gertrud”: um ponto de vista português

      Novembro 27, 2019

    Goste de nós no Facebook

    • Quem Somos
    • Colaboradores
    • Newsletter

    À Pala de Walsh

    No À pala de Walsh, cometemos a imprudência dos que esculpem sobre teatro e pintam sobre literatura. Escrevemos sobre cinema.

    Críticas a filmes, crónicas, entrevistas e (outras) brincadeiras cinéfilas.

    apaladewalsh@gmail.com

    Últimas

    • Cinema a Bold

      Dezembro 10, 2019
    • “The Irishman”: a violência solene

      Dezembro 9, 2019
    • (Des)construção de fronteiras

      Dezembro 8, 2019
    • “Tempo Comum”: o bago do loureiro

      Dezembro 5, 2019
    • “Il sogno mio d’amore”: o Conservatório de Música como casa assombrada

      Dezembro 4, 2019

    Etiquetas

    2010's Alfred Hitchcock François Truffaut Fritz Lang Howard Hawks Jean-Luc Godard John Ford João Pedro Rodrigues Manoel de Oliveira Martin Scorsese Orson Welles Pedro Costa Robert Bresson Roberto Rossellini

    Categorias

    Arquivo

    Pesquisar

    © 2016 À pala de Walsh. Todos os direitos reservados.