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Críticas, Em Sala 0

Before Midnight (2013) de Richard Linklater

De Luís Mendonça · Em Junho 5, 2013

O reencontro com Jesse e Celine passados (quase) dez anos é um reencontro connosco quando tínhamos menos dez anos. Na realidade, podemos recuar mais um pouco e sermos levados aqui a uma viagem agridoce, com o seu quê de nostálgica, até aos anos da adolescência durante os quais se poderá ter, acidentalmente, cruzado com esta história de amor. Comigo foi assim e, como acredito que há filmes que fazem mais sentido quando são “achados” – o termo é esse – em determinados momentos da nossa vida, devo dizer que preservo carinhosamente a memória desse encontro: o deles e o meu com eles. Não regressei a Before Sunrise (Antes do Amanhecer, 1995) desde a adolescência, também não regressei à noite em que vi pela primeira e última vez Before Sunset (Antes do Anoitecer, 2004), precisamente em dia de abertura de um festival de cinema chamado IndieLisboa.

No almoço – único instante em que senti a encenação e a escrita, destoando com a fluência e espontaneidade do resto do filme -, uma senhora mais velha toma a palavra, após se percorrerem pequenas histórias de vida contadas por cada um dos presentes, dos mais novos aos do meio, sempre com o anfitrião, um veterano escritor grego, como pivô da amena conversação. Ela diz que a vida passa como o sol que se põe, depois esta ideia de efemeridade associada aos ritmos do dia (elo de ligação dos três títulos da trilogia) é posta em prática por Celine que vai repetindo “ainda está”, “ainda está”, “ainda está”, à medida que o sol desaparece no horizonte. Não vê o “raio verde”, mas o feitiço é quase tão encantador como em Rohmer. (Já vos disse, esta trilogia não é cinema – ou não é, lamento imenso usar este advérbio, “apenas” cinema – para mim, mas sim, antes de mais, um pedaço da minha vida. Por isso, não esperem nestas linhas uma crítica “muito razoável” ao filme, que, de qualquer dos modos, me parece ser “objectivamente” notável.)

Estamos na Grécia, destino que será – tinha de ser! – o mais doloroso dos três – o próprio contexto político não ficará esquecido. O casal vive junto, com duas filhas, mas carrega consigo os sonhos românticos de quando eram jovens turistas em Viena, a par de pequenos grandes acidentes de percurso que os separaram temporariamente entre o “nascer do sol” e o “pôr do sol”. Entramos no princípio da noite das suas vidas, cada um na casa dos quarenta anos, cada um igual a si mesmo, divagando na conversa do outro, fazendo da caminhada pelo espaço uma metáfora dessa dimensão transitória (quase turística) da nossa passagem pela vida e das palavras, arrancadas frescas do seu íntimo, “imagens” de um passeio infinito e eternamente sedutor pelas diversas “faces (ia escrever fases, mas recuei) do amor”.

As influências estão intactas: Rohmer, em primeiro lugar mas também, porque a saga já vai longa, Truffaut e o seu Antoine Doinel. A relação aqui é, contudo, “a três” (Delpy – Linklater – Hawke) ou “a quatro”, se nos juntarmos nós, espectadores enfeitiçados na juventude pelo coup de coeur que uniu para sempre aqueles dois jovens sonhadores, que agora crescem, encantam-se e desencantam-se connosco (e como nós). Está visto: é um maravilhoso reencontro e é de novo a engolir em seco que nos despedimos deles… Pelo menos, por agora.

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2010'sÉric RohmerEthan HawkeJulie DelpyRichard Linklater

Luís Mendonça

"The great creators, the thinkers, the artists, the scientists, the inventors, stood alone against the men of their time. Every new thought was opposed. Every new invention was denounced. But the men of unborrowed vision went ahead. They fought, they suffered, and they paid - but they won." Howard Roark (Gary Cooper) in The Fountainhead (1949)

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