• Homepage
    • Quem Somos
    • Colaboradores
  • Dossier
    • Raoul Walsh, Herói Esquecido
    • Os Filhos de Bénard
    • Na Presença dos Palhaços
    • E elas criaram cinema
    • Hollywood Clássica: Outros Heróis
    • Godard, Livro Aberto
    • 5 Sentidos (+ 1)
    • Amizade (com Estado da Arte)
  • Críticas
    • Cinema em Casa
    • Em Sala
    • Noutras Salas
    • Raridades
    • Recuperados
    • Sem Sala
  • Em Foco
    • Divulgação
    • In Memoriam
    • Melhores do Ano
    • Palatorium Walshiano
    • Passatempos
    • Recortes do Cinema
  • Crónicas
    • Ficheiros Secretos do Cinema Português
    • Nos Confins do Cinema
    • Raccords do Algoritmo
    • Week-End
    • Arquivo
      • Civic TV
      • Constelações Fílmicas
      • Contos do Arquivo
      • Ecstasy of Gold
      • Em Série
      • «Entre Parêntesis»
      • Filmado Tangente
      • I WISH I HAD SOMEONE ELSE’S FACE
      • O Movimento Perpétuo
      • Ramalhetes
      • Retratos de Projecção
      • Simulacros
      • Sometimes I Wish We Were an Eagle
  • Contra-campo
    • Caderneta de Cromos
    • Comprimidos Cinéfilos
    • Conversas à Pala
    • Estados Gerais
    • Filme Falado
    • Filmes Fetiche
    • Sopa de Planos
    • Steal a Still
    • Vai~e~Vem
    • Arquivo
      • Estado da Arte
      • Cadáver Esquisito
      • Actualidades
  • Entrevistas
  • Festivais
    • Córtex
    • Curtas Vila do Conde
    • DocLisboa
    • Doc’s Kingdom
    • FEST
    • Festa do Cinema Chinês
    • FESTin
    • Festival de Cinema Argentino
    • Frames Portuguese Film Festival
    • Harvard na Gulbenkian
    • IndieLisboa
    • LEFFEST
    • MONSTRA
    • MOTELx
    • New Horizons
    • Olhares do Mediterrâneo – Cinema no Feminino
    • Panorama
    • Porto/Post/Doc
    • QueerLisboa
  • Acção!
À pala de Walsh
Críticas, Em Sala 0

The Hobbit: An Unexpected Journey (2012) de Peter Jackson

De Carlos Natálio · Em Dezembro 12, 2012

Quando damos um jantar em nossa casa o mais provável é que no almoço seguinte tenhamos restos. Não me levem a mal, eu até gosto de restos – a comida requentada tem até um certo je-ne-sais-quoi. Mas nunca tem o mesmo sabor da do dia anterior. Ora, é a mesma coisa com The Hobbit: an Unexpected Journey (O Hobbit: Uma Viagem Inesperada), a adaptação da prequela da trilogia The Lord of the Rings, que Peter Jackson teve a “cozinhar” durante quase uma década em consequência do sucesso dos primeiros (Guillermo del Toro era suposto realizar este projecto, tendo-o abandonado por alegadas dificuldades económicas da MGM).

Aqui esta necessidade de fazer “mais do mesmo” tomou conta de todo o projecto e justifica opções no mínimo discutíveis: partir à força o romance que Tolkien escreveu em 36 (isto tem que dar uma outra trilogia dê lá por onde der) anunciando já os próximos filmes para 2013 e 2014; retomar todo o cast (a coisa acaba por nem resultar mal excepto o cameo estranho e desnecessário de Elijah Wood); ou o já estar agendado o lançamento da extended version com mais 20 minutos em cima. Dejá Vu? ou a máquina dos dólares. Agora escolha.

Despachado este ponto, é interessante pensar que foi também a popularidade de The Hobbit, que alguns referiam como plasmando de certa forma as experiências da 1ª Guerra Mundial, que levou Tolkien a criar a trilogia do senhor dos anéis. Mas enquanto que no escritor inglês o ímpeto foi para a expansão de um universo (que levou até retrospectivamente a alterar alguns pontos nas edições futuras de The Hobbit), no cinema o movimento foi inverso e a operação foi de rarefacção: um só romance, um só “tale” que gerará três objectos distintos. A questão é, o que haverá lá por dentro? Bom, é tempo para uma sinopse, embora ela não interesse assim tanto (é outra vez uma quest): sessenta anos antes da luta pelo famoso anel, o hobbit Bilbo Baggins (Martin Freeman) junta-se a uma companhia de anões sem lar (esse é o seu dilema) e a Gandalf (Ian McKellen) para procurar a Montanha Solitária (belo nome) e um tesouro roubado por um dragão de nome Smaug.

O que chama a atenção apesar de tudo é que o filme acaba por afirma-se como um objecto algo estranho. Por um lado, porque há que distribuir o “mal narrativo pelas aldeias” (leia-se, três filmes), o filme arranca num tom de auto-referencialidade que está nos antípodas de qualquer ambição de subtileza: o mecanismo “vou-vos contar uma história”, Bilbo a correr para se juntar aos companheiros dizendo que “vai viver uma aventura”, etc. Depois a aventura do “hobbit e os treze anões” é de um certo conservadorismo narrativo que justapõe episódios de batalha, coragem e testosterona (rodam os adversários: orcs, goblins, trolls) sob um fundo de honra, justiça e sobretudo de crescimento do herói/teórico Bilbo Baggins. Mas por outro lado, e também para compensar esta rarefação dramática, as “montanhas russas” do 3D, desta feita em vertiginosos 48 fotogramas por segundo (a cópia que a imprensa viu era em 24, contudo) que servirão para adensar a experiência sensorial.

Mas tirando essa curiosidade da antítese rítmica e dramática que permite ver Peter Jackson a duas velocidades, físicas e emocionais, a operação de requentamento do espírito da primeira trilogia raramente funciona e, excepção feita talvez ao reaparecimento de Andy Serkis e do seu gollum, a maior parte das vezes é mesmo preciso que o inesperado nos seja lembrado (como o “unexpected” do título), pois ele é, de facto, inexistente.

Partilhar isto:

  • Twitter
  • Facebook
2010'sElijah WoodGuillerme del ToroIan McKellenJ.R.R. TolkienMartin FreemanMGMPeter Jackson

Carlos Natálio

«Keep reminding yourself of the way things are connected, of their relatedness. All things are implicated in one another and in sympathy with each other. This event is the consequence of some other one. Things push and pull on each other, and breathe together, and are one.» Marcus Aurelius

Artigos relacionados

  • Críticas

    “Dos Monjes”: o virtuosismo do melodrama para uma definição de “Expressionismo Mexicano”

  • Cinema em Casa

    “The Godfather Coda: The Death of Michael Corleone”: como escangalhar uma obra-prima

  • Cinema em Casa

    “Dans la maison”: o cineasta-térmita confinado nas suas personagens

Sem Comentários

  • Ricardo Martins diz: Dezembro 13, 2012 em 2:49 pm

    O livro do Hobbit dividido em três partes? Fónix, chama-se a isto cinema mercenário, tal é a sede de dinheiro.

    Inicie a sessão para responder
  • José Pereira diz: Dezembro 30, 2012 em 2:08 pm

    “…a comida requentada tem até um certo je-ne-sais-quoi.”
    Pinderiquice e pretenciosismo.
    A opção pela triologia é naturalmente discutível, ainda que a obra seja difícil de filmar em 2 ou 3 horas na totalidade. The Hobbit e O Senhor dos Anéis pertencem a um mesmo universo; é uma questão de linguagem, princípio que o cinema partilha com a música, literatura ou a arquitectura. Parece-me um argumento vazio dizer que estamos pertante “mais do mesmo” porque, no fundo, o princípio é esse.
    Mas o que me assusta neste texto é encontrar uma falta de imaginação tão autista. As produções de Peter Jackson do universo de Tolkien envolvem quantidades pouco habituais de gente, dinheiro, logística; são uma ambição colectiva. Não percebo a facilidade com que se ignora esta qualidade, que lhes garante uma posição, directamente num outro extremo, oposta ao cinema de autor. Oposta, mas complementar.
    Tenho pena que quem escreveu isto, fechado nesse casulo do tédio intelectual, não seja suficientemente feliz para desfrutar a fantasia de Jackson, e de não perceber o que o valor do cinema: uma forma de magia ,inexplicável, em imagens e sons, de contar histórias.

    Inicie a sessão para responder
  • derikmauricio@gmail.com diz: Julho 6, 2013 em 1:48 pm

    muito bom merce vários prêmios!

    Inicie a sessão para responder
  • Deixe uma resposta Cancelar resposta

    Tem de iniciar a sessão para publicar um comentário.

    Últimas

    • Vai~e~Vem #29: das mãos ao rosto, uma e outra vez

      Janeiro 20, 2021
    • “Dos Monjes”: o virtuosismo do melodrama para uma definição de “Expressionismo Mexicano”

      Janeiro 19, 2021
    • A minha colecção sou eu

      Janeiro 18, 2021
    • Filmes nas aulas, filmes nas mãos

      Janeiro 17, 2021
    • “The Godfather Coda: The Death of Michael Corleone”: como escangalhar uma obra-prima

      Janeiro 14, 2021
    • “Dans la maison”: o cineasta-térmita confinado nas suas personagens

      Janeiro 12, 2021
    • “A Mulher Que Fugiu”: a não presença do nada

      Janeiro 11, 2021
    • Cenas do reino dos inquietos

      Janeiro 10, 2021
    • “The Godfather: Part III”: o melhor da trilogia (para mim, entenda-se)

      Janeiro 7, 2021
    • O enigma Ozu: visto pelos outros e pelo próprio

      Janeiro 6, 2021

    Goste de nós no Facebook

    • Quem Somos
    • Colaboradores
    • Newsletter

    À Pala de Walsh

    No À pala de Walsh, cometemos a imprudência dos que esculpem sobre teatro e pintam sobre literatura. Escrevemos sobre cinema.

    Críticas a filmes, crónicas, entrevistas e (outras) brincadeiras cinéfilas.

    apaladewalsh@gmail.com

    Últimas

    • Vai~e~Vem #29: das mãos ao rosto, uma e outra vez

      Janeiro 20, 2021
    • “Dos Monjes”: o virtuosismo do melodrama para uma definição de “Expressionismo Mexicano”

      Janeiro 19, 2021
    • A minha colecção sou eu

      Janeiro 18, 2021
    • Filmes nas aulas, filmes nas mãos

      Janeiro 17, 2021
    • “The Godfather Coda: The Death of Michael Corleone”: como escangalhar uma obra-prima

      Janeiro 14, 2021

    Etiquetas

    2010's Alfred Hitchcock Clint Eastwood François Truffaut Fritz Lang Jean-Luc Godard John Ford João César Monteiro Manoel de Oliveira Martin Scorsese Orson Welles Pedro Costa Robert Bresson Roberto Rossellini

    Categorias

    Arquivo

    Pesquisar

    © 2020 À pala de Walsh. Todos os direitos reservados.